quarta-feira, setembro 24, 2014

Song for Someone by U2

 
dificilmente alguma vez Luanda se vai aproximar de New York, Estocolmo ou Barcelona mas é preciso dizer também que tanto em Barcelona, New York ou Estocolmo dificilmente as coias acontecem como aqui! é uma afirmação radical e propositada para um lugar como este que vive de extremos, que por vezes atingem o limite do absurdo! um lugar que vive quase a velocidade da luz mas onde as coisas acontecem a velocidade dos passos de uma tartaruga, um lugar sujo ruidoso onde se encontram sorrisos sinceros e com a esperança sempre presente! 

Luanda é um sarrabulho onde a tristeza e alegria convivem abraçadas, com a surpresa sempre presente em qualquer esquina, um lugar que não existe Time Out, a Le Cool Magazine ou uma New Yorker mas que tem pessoas, que são sem duvida alguma o seu melhor activo. 

ontem fui degustar o Luanda Restaurant Week num lugar com nome de Tina, que por si só já ilustra bem os primeiros parágrafos desse post... uma taberna atirada ali no meio do nada com um ambiente rústico em que a simplicidade de coisas aparentemente banais foi valorizada. à mesa, um pequeno grupo de pessoas com diferenças visíveis e invisíveis, onde os gostos, as crenças, os obejctivos de vida algumas vezes se aproximavam e outras se distanciavam... jovens que escolheram Luanda como "casa" definitiva ou temporária mesmo que a casa esteja cheia de problemas estruturais, a verdade é que alguns mantêm-se nessa casa justamente por causa de outras pessoas que por diversas razões alimentam a nossa presença na cidade. 

adoro estar com pessoas... e quanto mais diferentes e fora da minha zona de conforto melhor, acredito que isso alimenta-me ao mesmo tempo que me ajuda com os limite da minha própria tolerância, é um exercício de paciência e de honestidade estar perante alguém que nos fala com convicção sobre determinado assunto que discordamos totalmente mas que ainda assim nos apercebemos que no final de tudo aprendemos alguma coisa com essa pessoa por mais ínfima e insignificante que seja. 

no final, já nem me lembrava do sabor do Menu Restaurant Week que tinha degustado, nem do aroma vinho... no final, bem no final, só me lembrava dos detalhes do Tina e sem duvida alguma daquelas pessoas que me rodeavam incluindo um dos proprietários do restaurante que no final se juntou a conversa. 

isso é Luanda e é por isso que eu te amo! 

até 27 de setembro, Luanda Restaurant Week, juntem-se e desfrutem.
 

quinta-feira, setembro 18, 2014

segunda-feira, setembro 08, 2014

Blueprint (Momma Loves Me)

muitas vezes quando estou de baixa com a cidade é esta a música que oiço, Jay_Z com palavras que me ajudam a sair da escuridão que muitas vezes essa cidade me leva!

Luanda é escura, aborrecida, é stressante, muito fedorenta, poeirenta, chata, congestionada, ingrata e muitas vezes enganadora... um lugar que poucas vezes nos deixa acreditar que mesmo no fundo do poço é possível ver-se alguma luz! 

e dessa vez, a luz veio pela VELA 6911. 

Vela 6911 é uma obra multimédia de Victor Gama composta sob encomenda da Orquestra Sinfónica de Chicago e estreada no Harris Theater de Chicago a 5 de Março de 2012. A peça tem uma componente vídeo filmada na Antártida em Janeiro de 2012 e baseia-se no diário de bordo de uma oficial do exército Sul-Africano, a tenente Lindsey Rooke, que participou num teste nuclear atmosférico realizado secretamente em 1979 próximo da costa do continente Antártico. O teste, detectado pelo satélite norte-americano Vela 6911, validou o programa de armas nucleares e o poderio militar desenvolvidos pelo regime de apartheid sul africano que desestabilizou toda a África Austral durante mais de uma década.O diário recentemente descoberto revela alguém em conflito entre o seu amor pela natureza e a missão em que participava, e que deixou um rasto de destruição e contaminação radioativa numa das zonas mais intocadas e protegidas do planeta. 

Victor Gama e a Orquestra de Câmara Portuguesa, passaram por Luanda, esse lugar escuro que continua a me dar muitas alegrias!