quarta-feira, março 26, 2008

já não se fazem coisas destas!

desde o meio da tarde que o sol que se faz sentir parece-se ao do início da manha!
com uma estranha preguiça colectiva, o pessoal aqui na agência resolveu fechar as janelas e ficar a curtir esta obra de arte.

isto, é daquelas coisas que não deveriam ser um post!
se pudesse combinava com os frequentadores cá do attelier um serão lá em casa com direito a popcorn, birras e aquelas gomas coloridas que os putos tanto adoram. um dia, quem sabe…

terça-feira, março 25, 2008

Alfredo Hervías y Mendizábal*

As nossas vidas são entrelaçadas por uma série de acontecimentos. Muitos provocados por atitudes que nem sempre são da nossa responsabilidade. Por sua vez, essas atitudes têm origem em decisões que nem sempre são tomadas por nós. Outros as tomam, antes mesmo de lhes darmos qualquer indício de livre arbítrio. Os medos, os receios e as inseguranças podem servir como detonantes. E são perfeitamente identificáveis, se tivermos coragem de efectuar um trajecto regressivo, olhando ao microscópio a nossa própria história. Normalmente, não apetece. Daí que a imaginação e os sonhos gozem cada vez de maior protagonismo, estimulados por uma sociedade de consumo, eficaz geradora de expectativas e de desejos, a maior parte deles estéreis.

Quem não teve vontade de começar de novo? Nem sempre é fácil. Porem, é bem mais exequível do que tão brilhantemente pretendemos contra-argumentar. E pode não ser preciso uma mudança radical; às vezes, bastam ligeiros ajustes, como num carro desleixado.
(…)
*cronista da revista Tabu

António Lobo Antunes

até hoje procuro em mim uma explicação para a dificuldade que tenho de ler os seus livros, o que já não acontece com as palavras dactilografadas em suas crónicas, que semanalmente devoro com o mesmo prazer com que como o bolo de cenoura dela.

dos poucos que tentei, apenas Os Cus de Judas conseguiu despertar em mim uma estranha vontade de chegar ao fim, vontade esta que não chegou ao meio!!! e digo estranha, porque o normal sempre foi passar ao lado da prateleira onde estavam expostos os seus livros.

Lobo Antunes dos livros é difícil e cruel porque sempre me afastou dele.
Lobo Antunes das crónicas é difícil, cruel mas altamente contagiante com suas palavras semelhantes as de um paciente internado num hospício vulgarmente conhecido como casa dos loucos. vejo nestas palavras um caminho iluminado e sem nevoeiro, o que se calhar não acontece sempre que tento desfolhar um livro seu.

presumo que alguns não entendam a minha “implicância”, mas talvez, ao saborearem isso, isso ou isso (só para dar alguns exemplos) poderão visualizar o caminho sem nevoeiro que falei.

desconfio que O Meu Nome É Legião (ultimo livro de António Lobo Antunes) partiu ontem de Lisboa com destino a Luanda, uma oferta suspeita de um bom amigo.
obrigado, prometo que vou tentar!

segunda-feira, março 24, 2008

domingo de páscoa na estufa da aquafish













para a menina do cabelo lindo que hoje me escreveu assim:
Você é singular!

quinta-feira, março 20, 2008

tristeza...

é um estado que nem todos temos o privilégio de saborear, mesmo que a sua amargura seja decadentemente doce.

estado mental

hoje, não é um dia bom para escrever a saudade que finjo não ter…
hoje, não é um dia bom para enxugar a lágrima interna que caiu…
hoje, não é um dia bom para destapar a tristeza que está amostra…

mas amanha, depois de todos se irem embora, tudo voltará a ser como hoje!

faz algum tempo que o outro eu, acusou-me de usar o blog para lhe mandar recados!
na verdade, queria muito tê-lo a minha frente para dizer-lhe que quem escreve neste blog não sou eu.

quarta-feira, março 19, 2008

World Press Photo 07 em Luanda

novidade que chegou com bastante agrado, para todos que como eu gostam de fotografia.
depois de algumas tentativas para ver a exposição, hora porque o museu esta sem energia, hora porque a sala esta fechada e ninguém sabe para onde foi o responsável pela chave ou ainda porque o horário do Museu de Historia Natural não é dos melhores, abre as 10h, fecha as 13h e reabre das 14h até as 17h!!!

não tive outra alternativa se não dar uma fugidinha para namorar um pouco aquelas imagens em especial o retrato de Karel Poborsky que muito gosto.

há coisas realmente boas que também chegam cá!




segunda-feira, março 17, 2008

Luanda, cada passo é uma visão...

diz-se por ai, que a intenção daqueles que têm como "direito" decidir pelos kaluandas, é por a cidade ao nível das grandes capitais mundiais!!!
se a analise for feita pelo movimento e trafico altamente desorganizado durante a semana, penso que não estamos distantes de alcançar Nova Deli. já se a analise for feita pelo movimento de carros ao fim de semana, desconfio que nos falte décadas de trabalho para alcançarmos o nível de sossego que encontrámos no centro de Madrid.

infelizmente, nós os kaluandas ainda não nos apercebemos o luxo que é poder andar a pé nem que seja apenas aos fins de semana, e digo luxo porque a quantidade de coisas que ouvimos, cheiramos, vemos e sentimos a cada passo que damos, dão um prazer incalculável na folha de cálculo de qualquer tabela sobre satisfação.

desengana-se quem ache isso uma forma de defender o famoso aquecimento global, até porque desconfio dos maiores defensores desta quente causa. na verdade, queria que aos fins de semana a cidade tivesse mais gente a caminhar e menos ar condicionados moveis.

segunda-feira, março 10, 2008

querido, sempre quis escrever-te palavras com sabor a saudade, sem que para isso fosse necessário mudar o paladar do blog, palavras que trouxessem de volta aqueles, que a força me foram tirados sem uma justificação convincente.

Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.

Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.

Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta bomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.

Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a Mim, Jorge Palma

"Está na nossa sala de estar, em casa. As pessoas querem tocar-lhe, sobretudo o meu filho, que faz com ele o mesmo que faz com tudo: mete-o na boca!"
Rachel Weisz, falando sobre a localização do seu óscar.

quarta-feira, março 05, 2008

para ti que nunca me lês

desengana-te se o que viste em meus olhos eram lágrimas.
na verdade, não passava do fenómeno que é ter-te dentro de mim a derreter aos poucos.

...

já me li inúmeras vezes sem conta,
já escrevi-me tantas outras,
ainda assim, interrogo-me quem é este eu que tento descrever.

hoje, ao ler estas palavras da Lis senti-me desorientadamente perdido porque na verdade é um estranho este eu que a anos convive comigo!

hoje, tive uma experiência

entrei numa loja Zara na baixa de Luanda!!!

terça-feira, março 04, 2008

mudanças, deixam-me assim, perdido sem saber se a novidade trata com ela o que com tanto desespero almejo…

mudanças, nunca deveriam ser assim repentinas e sem que me dessem espaço nem tempo para escolher tudo o que não deveria acompanhar-me neste novo lugar…

mudanças, deveriam ser escuras para que não me dessem oportunidade de imaginar sequer o que será depois de consuma-las…

mudanças, pior são aquelas que me mantêm exactamente na mesma, mesmo depois de consumadas…

mudanças, deixam-me assim, perdido sem saber como será daqui para frente mas com vontade de seguir em frente.