domingo, julho 29, 2012

marrabenta e outros bons momentos.

pessoalmente tenho mais dificuldades em escrever sobre coisas que gosto, porque por vezes pareço parcial de mais quando quero ser apenas verdadeiro. a Sara Tavares faz parte dessas coisas, é-me difícil escrever sobre ela sempre que a vejo ao vivo ou escuto as suas musicas em casa, no carro ou em momentos como este em que escrevo sem pensar se alguém me vai ler. por motivos alheios a minha vontade e sem responsabilidade da organização, só consegui ter acesso ao cine atlântico já a Sara cantava a terceira música, o que significava que já tinham passado os 5 minutos que tínhamos direito a fotografar... então a solução foi mesmo curtir, num dia em que o recinto esteve cheio até ao limite e em que o público felizmente saiu de casa com disposição para dançar.
   
cantamos, dançamos, conversamos, brincamos e tenho a certeza que todos saímos felizes... os do palco e os da plateia.
    
depois vieram os cota e a festa disparou com o Conjunto Angola 70. assumo que a maioria das musicas que dancei com os cotas foram com memórias dos bons momentos em que passei com os meus país, afinal, um show também serve para viajarmos no tempo mesmo que seja distante. sem invenções tecnológicas nem improvisos, mais velho é mesmo mais velho (como se diz por aqui)... foi uma linda viagem e gostei de ver a mistura entre gerações onde todos transportavam nos olhos lágrimas de felicidade.
    
simpático, muito sorridente e sempre a dançar... pode parecer uma simples definição mas é sincera. na primeira vez que escrevi aqui sobre o Stewart Sukuma não me lembrava de como o conheci, mas no show a dançar aquelas marrabentas ao lado dela era quase impossível não lembrar que depois de uma viagem a Moçambique ela me encheu os ouvidos sobre a música do Stewart. nunca estive em Moçambique, mas entre amigos nunca escondi a minha opinião que culturalmente e não só, nós os angolanos temos muito que aprender com esse povo tão próximo, afinal, copiar o positivo nunca deveria nos envergonhar.
  
Tingalava Ni Matlahari Ya Ndzilo, não sei se isso é changana mas também não entendo nada do que ele diz e mesmo assim sempre gostei de mais dessa música... kanimanbo ao Stewart Sukuma.
   
 
sinceramente, ainda não estou preparado para escrever sobre o Manu Dibango... aquilo, mas do que um  
show, foi uma conversa pessoal com o meu pai!
 

deviam é ter vergonha na cara!

o vedetismo é uma coisa que só passa quando em palco os músicos conseguem corresponder as expectativas do público em todos os sentidos, porque é muito mal quando uma banda faz todo tipo de exigências a organização de um evento, e depois que todos os seus caprichos são aceites, aparece em palco sem respeito algum pelo público! 

o que ontem se passou na actuação da banda que segundo a organização é a principal atracão do festival, foi uma falta de respeito. já disse aqui que não sou um apreciador da música dos Boys II Men, mas isso não significa que não seja justo. a sala estava bonita, o público estava super feliz e como eu, sei que estavam lá muitas pessoas que mesmo não apreciando aquela música, queriam lembrar uma parte do passado. o que não compreendi, é que, como é possível que a organização mesmo sabendo do nível de expectativa que esse show tinha, aceitou que o mesmo fosse feito em playback!!! desculpem-me, não sou critico musical e talvez nem entenda nada de organização de eventos musicais, mas sou uma coisa muito importante desse conjunto... sou público e como tal não aceito ir a um festival de jazz em que o cabeça de cartaz se apresenta no palco sem banda e com uma voz tão perfeitinha que nem aquela que escutava nos discos deles nos anos 90! aquilo foi uma falta de respeito. playback é para amadores. 

fora isso, todo o resto era previsto...os gritos, a nostalgia, as lembranças, as lágrimas de alguns, os sorrisos de outros e ponto final.
    

sábado, julho 28, 2012

Asha, Asha, Asha, Asha, Asha, Asha...

finalmente começou a festa para essa cidade que em muitas coisas tem um crescimento inacreditável, mas que culturalmente nem sempre é assim. 

o super atraso foi uma surpresa para o que a organização nos tinha habituado, e pessoalmente achei que foi um sinal de que algumas coisas este ano não estão muito bem. não é uma questão de exigência, mas quando se tem um passado é impossível não haver comparações. 

não vi o Dj e prestei pouca atenção ao Maceo Parker... para mim o festival começou com Aline Frazão que teve uma apresentação que faz lembrar aquelas coisas que se tornam boas de tão simples que são... uma bateria e duas guitarras acústicas em palco foi o suficiente para ele nos fazer feliz.
 
o Etienne Mbappé irritou-me porque proibiu a captação de imagens numa altura em que já aconteciam algumas coisas estranhas na organização. é um vedetismo exagerado mas que felizmente em palco portou-se muito bem...uma banda muito boa e uma excelente sincronia com a plateia, e na brincadeira lembrou-nos que os Camarões ganharam Angola no futebol, e a plateia respondeu que no basquete Angola ganhou os Camarões, tudo, com boa música a mistura.
   
seguiram-se o angolano Tóto e a cabo vendeana Carmen Souza, que na manhã da conferencia de imprensa demonstrou uma grande simpatia ao ponto que arrisco em dizer que é dela o sorriso mais lindo do festival. em palco penso que o público não compreendeu a Carmen porque inexplicavelmente não entenderam que ela queria a gente em pé e dançando! algumas vezes, é também do público a responsabilidade de contribuir para que a performance do musico atinja o momento. o Tóto teve na sua apresentação um público que compreendeu desde o inicio que estava ali para se divertir e não para assistir o dvd de um concerto.
    
num festival o tempo custa caro, o que significa que os atrasos acabam sempre por afectar tudo. a demora que se fez para o inicio da primeira actuação acabou por afectar tudo o resto, e no final da Cármen Souza já se via muitas desistências e outros tantos dormindo nas cadeiras...na verdade programar a Asha para actuar as 2h:00 da manhã depois de um Dj é um pouco estranho. mas como os grandes músicos nos despertam de qualquer que seja a mal disposição, a Asha fez aquilo que sabe da melhor forma; divertiu o público e deu-nos uma das melhores noites que estive presente no cine atlântico. pessoalmente, surpreendeu-me o a vontade do público...muitos conheciam as musicas do inicio ao fim e pediam outras... ela respondia com sorrisos, uma conversa amigável e muita dança. foi do melhor, e não tenho receio em afirmar que o show da Asha salvou a organização de muitas coisas que ontem não correram bem, simplesmente porque as pessoas esqueceram-se de tudo!
 

em directo do Luanda International Jazz Festival


em directo do Luanda International Jazz Festival

simples, sorridente e sem receio algum pelo facto de ser a primeira vez que actua num grande palco emLuanda, Aline Frazão encantou-nos.
   

sexta-feira, julho 27, 2012

em directo do Luanda International Jazz Festival

o camarones Manu Dibango e a nigeriana Asha.

em directo do Luanda International Jazz Festival.

falou muito e sorriu com todo mundo, Asha, que para mim é o destaque desse ano.

quinta-feira, julho 26, 2012

um convite aos de cá


Angola Soundtrack

em Angola, muitas vezes as coisas boas que nos pertencem acabam por chegar até nós vindas de fora! é algo que não encontro uma justificação aceitável, mas ao mesmo tempo penso que todos temos uma cota de responsabilidade neste fenómeno

o Samy Ben Redjeb é um alemão (se não me falha a memoria) que conheci alguns anos aqui em Luanda por intermédio de uma amiga francesa que me foi apresentada por um amigo cubano. estávamos num daqueles jantares que acontecem poucas vezes em Luanda onde se encontram gentes que dão a sua opinião sem receios... e quando falávamos de música africana, o Samy foi um professor! toda gente espantou-se com aquele alemão de baixa estrutura que demonstrava conhecer o musical africano com muita propriedade que até dava gosto. não me envergonhei por ele saber mais de África do que eu, mas bem lá no fundo questionei-me do porque!? 

algum tempo depois o Samy regressou para Luanda mas eu já tinha mais conhecimento de quem era, o que fazia e o porque daquela paixão pela música africana. regressou para fazer apresentação do trabalho que lhe trouxe para Angola da primeira vez...regressou para fazer apresentação do cd Angola Soundtrack – The Unique Sound Of Luanda 1968-1976, que faz parte do seu projecto Analog Africa. foi nesta apresentação no Elinga que tive o primeiro contacto com a banda Conjunto Angola 70. 

o Conjunto Angola 70 é composto por cotas que no antigamente pertenciam a diferentes grupos que fizeram grande sucesso aqui na banda, como Os Kiezos, Jovens do Prenda, Os Bongos, etc e que graças também ao Otiniel Silva (o nosso Mano) hoje reuniram-se numa só banda. tocam semba, kazucuta, merengue ou como disse o Samy, instrumental hit´s. 

o meu pai que se sentava todos os sábados para ouvir muitas dessas musicas e outras, não sei se já sabia que estava diante de algo intemporal.

O Conjunto Angola 70 vão actuar no dia 28 às 21h:00 no palco welwitscha da 4ª edição do Luanda International Jazz Festival.
 

terça-feira, julho 24, 2012

Boy II Men, jeans pré-lavadas e o Afeganistão!

independentemente de gostarmos ou não, existem muitas musicas que eternizam determinados momentos da nossa vida. 

no inicio dos anos 90, Angola não era um país tão aberto como hoje, mas muitas coisas que faziam sucesso lá fora inexplicavelmente também chegavam aqui! não lembro como nem quando ouvi pela primeira vez os Boy II Men, mas lembro que todo mundo escutava aqueles rapazes, era tanto sucesso ao ponto que eles chegaram a influenciar a maneira de vestir de muitos adolescentes e não só. 

os Boy II Men nunca estiveram entre as bandas que eu gostava principalmente porque o estilo de música nunca se encaixou comigo, mas não tenho como fingir que nunca os escutei ao ponto de terem marcado em mim um momento! numa das viagens que o meu pai fez a um país estranho chamado Afeganistão, trouxe-me as minhas primeiras jeans pré-lavadas que para mim eram iguaizinhas a um par que tinha visto num poster do Michael Jordan que o meu irmão mais velho tinha no quarto. nunca me esqueço daquelas jeans pré-lavadas, eram tão feias mas eu adorava ainda mais porque tinham vindo de um país esculu

Boy II Men são americanos, ganharam 4 Grammy Awards e vão actuar dia 28 a 01h:30 no palco palanca e no dia 29 as 23h:30 também no palco palanca da 4ª edição do Luanda International Jazz Festival.