segunda-feira, janeiro 28, 2013

um convite aos de lá

rua dos mercadores

na maioria das vezes, os textos de aniversários por muito que se prolongam, acabam sempre com o mesmo objectivo, dar os parabéns. 

para o aniversario da cidade de Luanda, fui fazer o passeio ao centro histórico da cidade organizado pela Associação Kalu. a iniciativa que se encontra dentro da campanha reviver (defesa e divulgação do património histórico) é simples, bastante informal mas com um objectivo de grande importância. o passado. 
a medida que o autocarro ia passando pelas ruas da baixa da cidade, fui fazendo fotos sem deixar de prestar atenção as historias que guia ia contando... a Fortaleza de São Miguel que está em obras de reabilitação há tantos anos, o Palácio de Ferro que agora é amarelo e diz-se por aí que será o museu do diamante, o Grande Hotel que foi o primeiro hotel de luxo que a cidade teve e que em 2010 o que resta dele completou 100 anos, o Museu de Antropologia que me surpreendeu pela conservação interna... e de repente, reparei que na maioria das vezes que tentava fazer uma foto, tinha presente no visor da máquina personagens que ELES insistentemente tentam transmitir-nos como indispensáveis para o desenvolvimento da nossa cidade!

quarta-feira, janeiro 23, 2013

um convite aos de cá

o regresso


(...)
o som da sirene chegou ao sexto andar
dentro da viatura, o Ministro disse ao motorista que parasse ali, que fosse dar uma volta demorada, ele telefonaria quando quisesse se apanhado
mas o Ministro não queria ser apanhado
 - tens a certeza de que é este prédio? – perguntou antes de sair
 - é este mesmo, não está a ver o buraco ali, camarada Ministro?
 - sim
 - então, é este o prédio da Maianga com o buraco no rés de chão, esse buraco é mesmo antigo, chefe, posso lhe contar a estória...
 - agora não – interrompeu o Ministro que saiu da viatura
o seu GuardaAsCostas ia sair mas o Ministro mandou-o entrar novamente
 - mas, chefe...
 - é uma ordem, desapareçam-me das vistas
o GuardaAsCostas entrou apressado na viatura sem olhar para trás, as vendedoras olharam com estranheza para a roupa do Ministro
o motorista desligou a sirena, o trânsito estava impossível, as viaturas quase não se deslocavam. uma volta o quarteirão, ou duas, poderia demorar mais de quarenta e cinco minutos. um agente da polícia reconheceu, pela matricula do veículo, que se tratava de uma viatura do governo e fez sinal ao motorista sabendo se queria passar
o motorista fez sinal negativo com o olhar, o polícia mostrou-se confuso
o Ministro alcançou o prédio enxugando o suor da testa, guardando no bolso esquerdo o seu lenço amarelo, entrou na escuridão, subiu os primeiros degraus e escutou o som das águas pingantes, deixou os olhos conhecerem o escuro e as mãos absorverem a frescura
 - vocês está aí?
uma espécie de silêncio respondeu à voz grave do Ministro, o homem progrediu, ensopando os sapatos
 - ainda dizem que Jesus caminhava sobre as águas!, caminhava é o caralho! – irritou-se
ao ouvir ruídos na escadaria, procurou esconder-se na lateral de uma coluna gigantesca, um assobio demasiado afinado precedia a pessoa que descia
a sua própria respiração assustava-o, sabia-se escondido e num lugar impróprio, era um ministro trajando um fato caro, uma fina gravata de seda e sapatos comprados em Paris
resolveu agir, saindo do esconderijo, observou, pela acinzentada penumbra, o vulto que se aproximava e decidiu falar com tom autoritário
 - quem vem lá que se identifique imediatamente
ouviu o som do outro corpo cessar o movimento, e esperou
o tal corpo pousava algo no chão
 - estou de saída, sou o Carteiro sem bicicleta nem motorizada, apenas das cartas
 - que cartas? – indagou o Ministro
 - as cartas que escrevi
 - você escreve ou distribui as cartas?
o Carteiro aproximou-se, descendo os restantes degraus, sentiu o cheiro enjoativo do perfume caro do Ministro, adivinhou-lhe as roupas mas não soube quem era
 - o camarada ainda desculpe de perguntar, mas o senhor é quem então?
 - você não sabe quem eu sou? – começou a mover-se em direção à saída
 - até não sei
 - e é melhor nem saber
o Ministro voltou à luz do dia, apressado, tropeçou numa panela abandonada que MariaComForça deixara nesse espaço que não era usado para sair do prédio, as crianças que brincavam no passeio gozaram com ele, imitando o seu jeito de ajeitar a roupa e os óculos escuros
com os olhos, o Ministro procurava a sua ausente viatura
o transito mantinha-se intenso e o seu telefono tinha ficado esquecido na viatura ministerial, começou a sentir novamente o suor nascer-lhe no pescoço e nos sovacos
 - você não empresta o seu telemóvel? – falou para MariaComForça
 - bom dia, camarada
 - sim, bom dia, mas empresta ou não?
MariaComForça, num gesto banhado pelo seu sorriso, retirou o telemóvel, também suado, do interior do seu sutiã
o Ministro hesitou deixando a mão da senhora pendurada no ar, o Carteiro apareceu, com os olhos fechados, habituando-se à intensa claridade da cidade, o Ministro retirou o lenço do bolso, limpou o telemóvel e fez a chamada
 - estou-lhe a fazer ideia – disse, pensativo, o Carteiro
 - um momento, uma coisa de cada vez
a fila de mulheres sentadas parou toda a atividade para observar o homem de fato e gravata segurar o telefone da quitandeira com o lenço amarelo
 - mas o telefone tá sem saldo, minha senhora!
 - o senhor pediu o telemóvel. também quer saldo? posso pedir aos miúdos para irem comprar
 - já sei – interrompeu o Carteiro – o senhor é o camarada Ministro!, não sei se recebeu a minha carta...
 - mas qual carta?
 - a falar da ausência de meios de transportes nos serviços centrais dos Correios
 - ó homem – o Ministro transpirava e exibia um ar preocupado – você não tem um telemóvel?
 - tenho, mas é idêntico ao desta senhora
 - como assim?
 - assim mesmo, sem saldo
 - foda-se!
as crianças haviam feito uma roda à volta do Camarada Ministro
 - pode me devolver o telefone, camarada Ministro? – MariaComForça falou devagar
 - claro, não serve para nada
 - mas voltando ao caso, senhor Ministro, por favor deferencie a minha petição do veiculo de duas rodas
 - eu tenho mais que fazer, homem, fale com os seus superiores
 - mas o senhor, sendo superior assim no Ministério, e também superior do meu chefe, não é meu superior também?
 - você já viu algum Carteiro em Angola a circular de motorizada durante o expediente?
 - há sempre uma primeira vez, senhor Ministro, o senhor vai lembrar da minha carta, está escrita em papel de vinte e cinco linhas, com selo, cola branca e caligrafia de antigamente
o Ministro buscava a viatura com o olhar, suava muito, o Carteiro revistava o bolso convencido de que encontraria uma copia das cartas enviadas
 - e vocês, miúdos, não viram um carro azul, do Mistério? se calhar até está estacionado aqui perto, não querem ir ver ali naquela curva?
os miúdos sorriram, entreolhando-se
 - nós até nem podemos afastar daqui, camarada Ministro, as nossas mães não gostam
 - estas senhoras são vossas mamãs?
as mulheres acenaram negativamente
 - por isso mesmo é que não podemos afastar, camarada Ministro – falou um com os braços cruzados, em tom de troça – estas senhoras são as que queixam nas nossas mães logo à noite
o carro chegou, buzinando para afastar os carros civis que não pertenciam aos ministérios
 - camarada Ministro – o Carteiro tocou o Ministro no braço que o sacudiu e retomou a marcha – só queria lhe entregar a carta, pode ser que esteja aqui
o Carteiro seguia o Ministro em direçao ao carro, falando e revistando o seu saco, o GuardaAsCostas surgiu veloz e, mesmo tendo antes aberto a porta ao Misnitro, aplicou ao Carteiro uma queda tão rápida que as crianças não conseguiram mais tarde repeti-la em teatro de imitação
 - fica ai quieto até o carro começar a não ser mais visto, tás a entender? – falou o GuardaAsCostas enquanto aplicava uma forte bofetada na face do já estável Carteiro
a viatura moveu-se  e parou uns metros à frente
o Carteiro, já de pé, limpando a calça, voltou a sentar-se rapidamente, uma das crianças foi chamada pelo condutor, aproximou-se da janela e foi o próprio Minsitro quem lhe entregou um pequeno envelope
 - dá isto àquela senhora que guarda o telefone nas mamas
o miúdo, de regresso, ajudou o Carteiro com as cartas e outros papeis espalhados numa poça de água lamacenta, ensopada, e apanhou uma folha azul de vinte e cinco linhas
 - bonita a tua letra – disse a MariaComForça
 - estudei no tempo de antigamente – sorria o carteiro com o lábio inchado – levei muita porrada na escola para desenhar bem as letras
MariaComForça abriu o envelope entregue pelo miúdo, tinha dentro um cartão da companhia telefónica com saldo de 10 dólares
ela rasgou o cartão, apanhou de seguida a carta borrada de tinta azul e selos empapados
 - quer uma gasosa camarada Carteiro?
o Carteiro olhou para a rua onde o carro do Ministro havia desaparecido
 - não, obrigado, ainda tenho muito que fazer
 - posso guardar esta carta?
 - pode sim, tenho muitas. até amanha a todos
ajeitando o saco sobre o ombro, o Carteiro pôs-se a caminhar no sentido contrário ao da viatura ministerial.

segunda-feira, janeiro 21, 2013

com certeza, voltarei

em Aveiro, no tempo em que era estudante, detestava quando alguém me tratava por Palop, porque a expressão era transmitida com a ideia de uma espécie, tribo, grupo, etnia, etc. respondia propositadamente, eu não sou Palop, eu sou angolano(!), e as pessoas a volta riam-se. algumas vezes aos sábados à tarde juntava-me com moçambicanos, cabo-verdianos, santomenses, guineenses e angolanos, sem nunca me sentir que estava num grupo Palop mas sim com amigos, conhecidos e colegas de universidade, para assistirmos o programa Na Roça com os Tachos que passava na RTP África. 

foi desses convívios que tive o primeiro contacto com o João Carlos Silva.

 
a par do Claudio Corallo, o João Carlos Silva foi o outro item da minha lista de prazeres que preparei com bastante atenção, a quando da minha vinda para São Tomé e Príncipe. 
para quem visita esse país, o nome João Carlos Silva é uma mistura entre o espaço Cacau, a Bienal de São Tomé, a Roça de São João, entre outros prazeres inesquecíveis que tive naquela tarde na roça, vestido de maneira informal, com vista para o mar, andando descalço, com especiarias de cheiros difíceis de decifrar, o som da bossa nova que se misturava com jazz, a conversa agradável, a rede, os livros, o forno a lenha, os sorrisos das mesas de lado cada vez que degustavam aqueles aperitivos, e até o sabor da malagueta que arde com sabor, tudo isso me fez pensar que na vida nem sempre precisamos de milhões para atingirmos níveis memoráveis de prazer! 

adenda: É muito difícil avaliar a felicidade dos outros. Muitas vezes não depende do quanto se tem (…) - José Luís Peixoto, numa entrevista que li por ai.

quarta-feira, janeiro 09, 2013

loucuras de café... com chocolate

quando eu estudava a primaria na Escola 4 tinha uma professora chamada ProfessoraRosa que dava aulas de português. as aulas da ProfessoraRosa se bem me lembro, eram as únicas que toda a turma assistia com toda atenção, não porque gostavamos muito do português como disciplina, a verdade é que as aulas da ProfessoraRosa eram simplesmente perfumadas de alegria. a ProfessoraRosa não nos hipnotizava com português, ela nos hipnotizava com alegria. 

a organização da viagem para São Tome e Príncipe, tinha dois itens na lista de prazeres que preparei com bastante atenção, e se não conseguisse realizar de certeza que essa viagem não teria a mesma sensação. 

o Claudio Corallo é italiano de Florença, vive em África desde 1974, primeiro no meio da selva no Congo e depois, devido a guerra abandonou o país no último momento e mudou-se de mãos vazias para São Tome e Príncipe. o Claudio Corallo como o próprio se apresenta não é pasteleiro e não entende nada dessa área, eu sou formado em agronomia, com especialidade em agronomia tropical. assim se apresenta rodeado de turistas que parecem crianças entusiasmadas, num pequeno laboratório que mais a frente nos informou que foi construído propositadamente para ele. quando ele começa a falar é quase impossível não pensar em alguma arrogância porque ele fala muito de si, com particularidade que os elogios que ele menciona na primeira pessoa foram feitos por muitos jornalistas que semana sim, semana não passam pelo pequeno laboratório instalado no quintal da sua casa. a medida que a aula vai decorrendo (aquilo não é uma visita guiada, aquilo é uma aula), os alunos entusiasmados aos poucos vão perdendo a sensação de arrogância que parecem surgir nas suas palavras... na verdade tudo desaparece quando ele afirma as palavras magicas do seu sucesso: muito trabalho e muita dedicação
o Claudio Corallo fala sobre azeite, sobre vinhos, sobre cacau e café, mas para quem vai visitar aquele sonho, mentaliza-se que o tema principal é o chocolate. engano, pessoalmente achei que o tema principal daquela aula é uma espécie de milagre de um homem que fala com uma sabedoria impecável sobre como durante anos e anos trabalhou para aperfeiçoar o cultivo e a fermentação do cacau são tomense até transforma-lo no melhor chocolate do mundo! 

com Claudio Corallo aprendemos coisas que poucos de nós conhecíamos, como por exemplo que o toblerone não é chocolate mas sim um bolo ou que o bom chocolate quente serve-se com água porque se for com leite significa que o chocolate não presta, uma degustação que nos leva a concluir que muitas vezes o que compramos por ai nem sempre é chocolate, algumas fezes é uma mistura de baunilha, muito açúcar e cacau. 
num país com muitas dificuldades como é São Tomé e Príncipe, é um pouco difícil de compreender como foi possível um italiano conseguir o que ninguém mais conseguiu, criar um perfume que se come! a medida em que vamos provando os diferentes tipos que ele nos propõe, uns mais fortes, outros mais amargos, alguns com pouca percentagem de açúcar, outros misturados com café, outros nem doce nem amargos, por instantes, os nossos olhos dizem-nos que o que estamos a comer é chocolate, mas na boca, o paladar confunde-nos com uma mistura de sabores densos que desconhecíamos e que nos leva a feliz conclusão. nunca antes tínhamos provado o verdadeiro sabor de um chocolate 100%, ou como ele faz questão de explicar, aquilo é cacau puro, fermentado sem qualquer adição de açúcar ou outros elementos como a baunilha ou lecitina de soja que aparecem em grande percentagem em produtos que a industria de guloseimas nos vende como chocolate. 

e no final da aula é difícil não concluir que aquela hora e meia que passámos a ouvir aquele homem não foi uma aula sobre chocolate, cacau ou café, aquela hora meia foi de uma aula sobre o sonho de 100% puro de Claudio Corallo!

segunda-feira, janeiro 07, 2013

outras coisas...

os últimos dias em São Tomé tem sido com alguma correria, o objectivo é conseguir visitar lugares que fomos tendo conhecimento desde que chegamos. outras praias, outros restaurantes, outras barracas onde se come muito bem, outras roças, outras coisas, etc. 

a ideia que se tem quando se está numa ilha, é que há boas praias em todos os pontos sem necessidade de se percorrer grandes distancias. a lagoa azul é uma praia que fica alguns quilómetros a norte da cidade e com uma vista de cima que da a ideia duma piscina com rochas pretas a volta! de dentro da água a vista é verde que nunca mais acaba. no regresso do banho almoçamos no restaurante A Selva, um peixe borrifado com azeite acompanhado com pãozinho quentinho que me fez esquecer o arroz. por momentos, parecia que estava numa tasca na baixa do Porto, muito bom. 

ontem regressamos da ilha das rolas, um lugar bastante conhecido porque é lá que se encontra o ponto onde passa a linha do equador, e com muita sorte, um lugar onde se pode ver tartarugas. não tivemos sorte com as tartarugas, mas o lugar é extraordinário com a condição de que não se deve dar muito atenção ao péssimo atendimento que é prestado. a ideia, é mesmo desfrutar do clima, do som dos pássaros, do peixe na praia servido pelos pescadores e degustado com as mãos, dos cães que correm atrás dos porcos, da vista do miradouro do amor, da simpatia das pessoas e não prestar atenção ao mau atendimento. 

no regresso da ilha aconteceram algumas situações desagradáveis que pouco interessam mas que fizeram com que a nossa travessia fosse feita de noite. na canoa sem qualquer iluminação, as dez pessoas vieram quase em silêncio. o mar falava mas ninguém respondia e só quando cruzamos com outra canoa o silêncio foi interrompido com gritos de saudação para logo a seguir voltarmos ao silêncio. o miniautocarro que nos esperava estava cheio mas com algum jeito, todos entraram. a estrada era estreita com curvas e contra curvas no meio das árvores... as pessoas vinham também em silêncio até a senhora da frente começar a cantar e todas as outras acompanharem apenas no momento do coro... eram musicas em língua nacional e a maioria delas conhecia bem porque são as mesmas que em Angola as senhoras mais velhas cantam nos óbitos. não percebi a ideia, o certo é que assim que entramos para cidade o sentimento de alivio era geral. enfim, chegamos.

sexta-feira, janeiro 04, 2013

um clássico da minha alma

desde que estou em São Tomé e Príncipe não tenho feito outra coisa se não visitar roças, fotografar praias, pessoas e edifícios da era colonial, ouvir historias, descobrir novos sabores e ouvir Waldemar Bastos todos os santos dias. 

quando somos muito novos temos alguma dificuldade em perceber determinadas coisas que se passam a nossa volta, talvez pelo facto de termos estado ausentes no passado, e essas coisas para nós são simplesmente inexplicáveis. 

para mim, uma dessas coisas é a relação de Angola com o Waldemar Bastos. nunca vou perceber o que se passa, e gostaria muito que um mais velho me explicasse a história que está por trás da falta de reconhecimento que um país como Angola insiste em não dar a uma mente tão brilhante como esta. e digo por trás porque em Angola é assim, tudo que acontece de forma anormal tem uma história... e infelizmente, são muitas as coisas que naquele país acontecem de forma anormal. 

já escrevi que Angola não sabe com nitidez clara quem é o Waldemar Bastos, mas gostaria de saber se algum dia alguém será responsabilizado por esse erro!?

quarta-feira, janeiro 02, 2013

para ti, que nunca me lês!

por mais que pense nos momentos maus, por mais que pense na dúvida se as decisões que tomei não foram por algum acaso precipitadas, por mais que existam alguns arrependimentos, por mais que tente perceber sem sucesso tudo o que deixei de fazer, por mais que insista em pensar no se, não tenho como não admitir que os últimos doze meses foram extraordinariamente bons!