sexta-feira, setembro 24, 2010

descobertas

Moreira Chonguica

fazer o que ainda não foi feito*

ontem, a rádio LAC (Luanda Antena Comercial) esteve em festa e por isso, e por mais um ano, ofereceu a cidade o Festival da Canção de Luanda.

este ano os homenageados foram os N´gola Ritmos e a par dos concorrentes que bem alegraram a plateia, o festival teve como convidado especial Pedro Abrunhosa.

em meados da década de noventa, o Pedro teve uma forte presença em Angola... ouvia-se nas festas, na rádio, na televisão, e nós, os miúdos que já tínhamos walkman, nas cassetes não faltavam musicas do homem dos óculos escuros.


ontem, foi uma noite especial porque para nós os angolanos, os N´gola Ritmos são e sempre serão um momento especial da nossa história. foi bastante doce ver artistas como Afrikanita, Patrícia Faria, Ângelo Boss, o Cota Calabeto e até o mais velho Robertinho que já não o via faz tanto tempo (!!!), interpretarem musicas que aos sábados os meu pai ouvia vezes sem conta. Nzaji (a minha preferida), Mbiri Mbiri, Colonial, Monami entre outras, são musicas que me trazem as lágrimas.



infelizmente, sempre que Luanda recebe momentos fortes como o de ontem, reparo que nunca há crianças... os pais nunca levam os filhos, raramente os tios levam os sobrinhos e as escolas e colégios nunca se fazem presente! nada tenho contra o Noddy, mas por vezes é preciso que façamos coisas que despertem aos mais novos alguns interesses fora do mundo da Disney.




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terça-feira, setembro 21, 2010

domingo, setembro 19, 2010

sábado, setembro 18, 2010

Do Começo Ao Fim

cá está um argumento que nos tempos actuais ainda não é banal (entenda-se normal), infelizmente. mas a história do Thomas e do Alexandre que podia facilmente ser a minha e a tua, da Rosa e a Letícia ou quem sabe da Preta e do Kimwanha, apresenta a diferença de um ponto de vista do realizador que não foi a que eu esperava depois de ter visto o trailer do filme. ainda assim, cá esta mais um motivo que faz repensar o posicionamento sobre o que achamos sobre a diferença.

afinal, de quem é a culpa? e porque que deve haver culpados?

a representação não é das melhores, e a demora de algumas cenas acaba por estragar um pouco o filme, mas a música de André Abujamra foi tão bem escolhida que acabou por segurar o projecto.

no youtube e com péssima qualidade para quem tiver interesse. atenção, são oito partes.

Luanda Geografias Emocionais - Teaser

Luanda Geografias Emocionais - Teaser from tasaver on Vimeo.

quarta-feira, setembro 15, 2010

personagens dos meus dias XVIII

a Albertina trabalha na recepção de um ministério, e como todo pessoal que trabalha nessa posição aqui no país, a sua principal função é receber um documento de identificação das pessoas que para lá se deslocam em troca de um passe com a palavra visitante!

comigo não foi diferente, entreguei-lhe o bilhete de identidade e ela entregou o passe com a palavra visitante. subi pelas escadas e resolvi o meu assunto.

no regresso a recepção, encontrei Albertina a inspeccionar o meu documento. envergonhada, desculpou-se e perguntou se podia matar a curiosidade. respondi que talvez fosse mais fácil perguntar-me, já que era eu o dono do documento que tinha em suas mãos. sem jeito, sorriu timidamente e baixou os olhos talvez com receio de me encarar.

- qual é a sua natureza.

- sou angolano. porque?

- não, de onde é?

- os meus pais são das Lundas, mas eu também sinto-me Kioko.

- o que significa o seu nome?

[respondi a pergunta e ela voltou a sorrir]

- gostei. quando tiver um filho posso dar-lhe o seu nome?

- só se me deixar ser o padrinho.

Albertina sorriu e concordou com a cabeça. entreguei-lhe o passe com a palavra visitante, o meu cartão de visita e despedi-me com um bom dia.

hoje, recebi um e-mail:
Olá, daki é Albertina a moça da recepção do Ministério das Obras Publicas.
Ainda te lembras???

Estou grávida e o meu namorado aceitou o nome. Ainda queres ser o padrinho?

um convite aos de cá

terça-feira, setembro 14, 2010

segunda-feira, setembro 13, 2010

descobertas

Tambokeno Cu Moxico


a cidade do Luena, capital da província do Moxico, fica no leste do país, e a viagem de avião dura aproximadamente 55 minutos.

durante muitos anos, a província esteve praticamente isolada do resto do país, primeiro porque o aeroporto estava encerrado por falta de condições e segundo, porque as vias de ligação terrestre da Lunda Sul, do Bié, ou do Kwando Cubango simplesmente eram intransitáveis.

hoje, as coisas já estão diferentes... e a surpresa para quem tinha em mente imagens das recordações de infância, foram bastante boas. Luena é uma cidade viva e ao contrário de muitas cidades do interior de Angola, tem mais que uma avenida, na verdade, o cruzamento de algumas ruas por vezes parece-se com a ligação entre Avenida Brasil e Avenida Alameda cá em Luanda.






culturalmente os hábitos e costumes do leste fazem-me sentir em casa, para lá da ligação familiar, está nos kiokos muitas das minhas recordações de infância. as ferias no Dundo, as visitas que todos os anos fazíamos a tia M em Saurimo, os longos meses que passei no Nzaji com o avô M que discretamente contribui para a pessoa que hoje sou ou aquela viagem que me levou ao Luena com muitos primos e que desesperadamente a única recordação que ficou foi a cor castanha da casa onde ficamos.







enfim, sempre que me desloco ao leste de Angola, sinto que há ali pedaços do meu ser!

quinta-feira, setembro 09, 2010

sexta-feira, setembro 03, 2010

a primeira que vi este nome foi na pagina de alguma revista que agora não me recordo o nome, a segunda também e a terceira, não foi diferente. na verdade, li vários artigos interessantes sobre essa menina com um sotaque que podia muito bem ser de alguém nascida no centro de Nova Iorque!

depois, comecei a reparar na forma como ela se deixava fotografava e as pinturas que quase sempre trazia na face...enfim, palavras que normalmente deveriam dirigir-me ao google para saber mais sobre ela, seguido de muitos minutos no youtube para matar a curiosidade e saber quem era afinal Rita Redshoes. não foi o caso! ouvi pela primeira vez a sua voz na semana passada, altura em que me chegou as mãos o álbum Lights and Darks... percebi então o porque das muitas palavras interessantes sobre a menina que diz que o seu maior desafio é a timidez. O disco tem tocado vezes sem conta, mas ainda estou por descobrir o porque da sensação de sentir a infância quando escuto a voz dela!