eram 5h:11 da manhã quando cheguei ao estádio municipal de Coimbra, e o número de tendas a minha frente parecia que estávamos numa zona de campismo! montes de tendas rigorosamente organizadas em fila indiana, e para não perder mais tempo, dirigi-me para porta que correspondia a minha entrada. na respectiva fila, fiz a minha inscrição e pelo incrível que pareceu, o meu número de entrada ao paraíso era o 243, nada mau, ate porque já havia alguns que estavam lá à 5 noites seguidas.
daí em diante, eu e os restantes membros daquele grupo de desconhecidos que tinham em comum o mesmo objectivo, nada mais tínhamos a fazer se não esperar. e foi o que fizemos, vendo as horas passar por vezes a passos de camaleão e outras que na distracção da conversa de uns, no jogo das cartas ou no pequeno debate que tive com um grupo de catalãs, que não sei porque motivo insistiam comigo que o Nelson Mandela ainda era o presidente da África do Sul!
as 16h:00, foi a correria para o melhor lugar, mas para muitos como eu, a entrada e mesmo antes de nos preocuparmos em ocupar melhor posição, foi o espanto que a estrutura que víamos a nossa frente! uma aranha gigante que bem podia ser uma daquelas naves que Spielberge usa nos seus filmes.
sou e sempre serei suspeito para falar dos U2, ou será que é com facilidade que alguém consegue falar sobre a sua religião? não tenho medo de afirmar que o quarteto irlandês é para mim a melhor e maior banda de música mundial, e por isso e por tudo que as letras do Bono representam na minha vida, não foi sacrifício nenhum andar na luta da procura dos bilhetes, passar as últimas noites em claro para adiantar o trabalho e assim puder estar em Coimbra, nem com as 12 longas horas de espera para mais uma vez ouvir ao vivo musicas como Miss Sarajevo, Mysterious Ways, Sunday Bloody Sunday, ver o Bono a apresentar as palavras do arcebispo Desmond Tutu e outras sensações inexplicáveis.
noite memorável num palco memorável e com um ecrã memorável, tudo a 360º e com duas pontes giratórias que serviam de passagem para a banda entre o palco e rampa circular que se encontravam os outros fãs, porque nós, os cerca de 2000 felizardos, estávamos na parte interior da rampa bem coladinhos ao palco e vezes sem conta vimos passar por cima de nós, The Edge, o Bono, Adam Clayton e até o Larry Mullen Jr. que a certa altura abandonou a bateria para vir cá a baixo tocar batuque.
são 3h:43 da manhã, já estou no Porto e apesar do cansaço das pernas e o sono que aperta, não podia deixar essas palavras para amanhã... afinal, as coisas boas costumam a durar pouco tempo.
[Coimbra, como pequena cidade organizou-se muito bem para receber o número de pessoas que normalmente seguem uma banda do tamanho dos U2, tudo impecável até o comboio especial para tirar da cidade todos aqueles que não tinham necessidade nem condições para lá dormir.
Porto, a segundo cidade mais importante de Portugal não se preparou para o evento, penso que não deram importância ao facto de Coimbra estar ali perto e que muitos dos fãs que foram ver o concerto ou vivem na cidade invicta ou usaram o aeroporto Sá Carneiro para chegar e partir. a chegada a estação de Porto Campanha, não havia táxis e com a chuva que caia as 2 horas e tal, os poucos funcionários da estação encaminhavam-nos para fora porque a estação iria fechar e nós, tivemos de ficar a chuva a espera dos táxis que não chegavam! mas como disse o funcionário arrogante ao grupo de espanholitas desagradas com tudo aquilo: aqui vocês não têm direito de reclamar nada.]
2 comentários:
Privilegiado que é isso que tu és.
Elite, queria eu puder também.
So num tenho dinheiro vontade num mefalta.
Pedro S
U2, adoroooooooo!!
Carminha Flores
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