aceitação de um estrangeiro nos dias de hoje como um membro que também faz parte de determinada cidade, muitas vezes depende da tolerância e da forte mentalidade de que quando as diferenças são bem exploradas, raramente o resultado é negativo.
em Luanda temos passado por isso, e muitas vezes a afirmação de que o estrangeiro só lá está para tirar o lugar que pertence a um mangolê, é muitas vezes veiculada no ar que respiramos.
actualmente, será que existe uma grande cidade que consegue viver sem os diferentes (entenda-se, os estrangeiros)?
pois bem, nesse ponto, Paris não é excepção nem diferente das grandes cidades e sem fugir a esse facto, a cidade é uma montra de diferenças. há de tudo por cá, martiniquenos casados com colombianas, japoneses que todos os dias apanham o metro, a brasileira que estuda psicologia, um camorenês que é guia turístico ou o angolano que almoça no Kunitora, um restaurante com comida realmente japonesa, e no fundo, não há nada de negativo, no fundo, são pessoas que deixaram o seu espaço para cá vir e numa troca e mistura de hábitos, dar o que é seu e ao mesmo tempo receber um pouco de cada de todos que cá vivem. por exemplo, alguém já imaginou como se deve sentir uma criança muçulmana que nunca tinha visto mulheres com a cara destapadas? um idoso do Benim que na Rue Saint Louis en L´ile vê pela primeira vez na sua vida dois homens a beijaram-se? a francesa que se surpreende com o rapaz moçambicano que no metro cheio de gente, sempre oferece o seu lugar quando surge a sua a sua frente um mais velho. enfim, diferenças que nunca deveriam nos afastar.
apesar de algumas posições de falta de tolerância que a França agora adopta, há nessa cidade muitos pontos positivos para um lugar que todos os dias cruzam-se milhares de pessoas com conceitos de vida totalmente desiguais.
2 comentários:
Tolerância, palavra fácil de dizer e escrever, no entanto o que pega é mais profundo.
Se fosse simples assim c/ tu diz.
"O buraco é mais embaixo."
Maria de Fátima
Tolerância passa pelo respeito.
De que é construído os muros?
Cada um quer impor suas vontades, e acham que tudo tem que ser aceito.
Passam por cima uns dos outros com os "tais" direitos... eu quero eu posso.
Desordem absoluta!!
E vai ficar difícil, questões c/ desemprego vai acirrar os ânimos.
Não dá p/ ser ingênuo nesta altura.
José F. Neto
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