para assinalar o dia de hoje, no domingo estivemos sentados a falar de e sobre fotografia, um momento que apesar de muitas coisas negativas que por cá têm acontecido, apreciei com muito prazer por estar próximo de algumas pessoas que admiro.
para quem acompanha este e o outro espaço aqui ao lado (agora mais parado que os passos de um camaleão!), tem uma ideia do significado que a fotografia tem na minha vida, uma arte que me ajuda a respirar e com quem aprendo todos os dias. apesar do espanto de muita gente, nunca me apresento como fotografo porque é assim a verdade. eu sou publicitário e é assim que ganho a vida, e apesar de estar envolvido com a fotografia, sempre discordei de muitas pessoas que acham que sou um fotografo. é verdade que vivo no meio de imagens, no meio de cliques e muitas vezes de histórias contadas através dessa arte... é verdade também que já ganhei algum dinheiro e já conheci alguns lugares graças aos disparos que faço por aí, mas a verdade é que eu sou um publicitário.
conheço pessoas que entraram para o mundo da fotografia por diversas influencias... uns por um amigo ou familiares, outros por terem recebido uma maquina de presente, muita gente por ter se apaixonado por determinada imagem de algum fotografo conceituado, ou outras histórias de influências. comigo, foi na casa onde cresci e por influência dos meus país que na verdade não tinham qualquer paixão dirigida a essa arte. a verdade é que cresci num lugar em que fui exposto a muitas coisas que indirectamente para mim estão ligadas a arte de fotografar... os livros, a música, as tertúlias, a tolerância, a curiosidade, a diferença, o respeito, estão entre as muitas coisas que me ajudaram na inclinação para começar a fotografar. por isso, afirmo que a minha influência veio de duas pessoas que sem qualquer conhecimento especifico sobre esta arte, acredito que pelo menos tinham conhecimento de quem era a Dorathea Lange, o Robert Capa, o Helmut Newton ou o Alberto Korda, o homem da revolução. os meus pais, foram eles quem me apresentaram a maquina fotográfica, mesmo que não tenha sido intencional.
no domingo, ali na Taberna Urbana onde nos encontrámos para o programa Manhã de Domingo, gostei de estar próximo e ouvir pessoas que admiro, pessoas com legitimidade para apontar o dedo e tocar na ferida sem temer represálias de ninguém... pessoas que os nossos jornalistas deveriam ouvir com obrigatoriedade, enfim, pessoas que num país normal teriam elas a notoriedade que infelizmente é dada a quem não merece, pessoas que gosto mesmo que elas não saibam quem eu seja e que me interesso por saber o que fazem fora da fotografia, que livros gostam, que filmes assistem ou que tipo de música gostam, porque essas coisas são também referencias para quem quer e precisa aprender sobre fotografia.
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