na escuridão da noite,
o silencio tem por habito sussurrar-me o teu nome.
terça-feira, julho 24, 2007
alguma vez pensou como serão os dedos daquele que lemos?
arcoires_s@hotmail.com
deixo aqui o meu e-mail, para que os interessados possam escrever para mim, descrevendo como imaginam que eu seja.
não sejam brutos, porque vou mostra-los a minha mãe!
deixo aqui o meu e-mail, para que os interessados possam escrever para mim, descrevendo como imaginam que eu seja.
não sejam brutos, porque vou mostra-los a minha mãe!
segunda-feira, julho 23, 2007
boa leitura
...
em Luanda táxi se chama candongueiro, é azul, é Toyota Hiace, não tem porta e cabem lá dentro até 50 pessoas. Tem motorista e tem o cobrador que vai metade dentro metade fora gritando o destino: “Éroporto, éroporto, Ávenida Brasil, Avenida Brasil, Rangel, Rangel”, etc.
O nosso Afonso Henriques queria, agora, ir para casa e fez sinal de paragem no candongueiro.
A tripulação do mesmo candongueiro esfregou os olhos, O qu’é qu’é qui o kota istá querendo? Pára ai, mano, vamos lhe tratar! Entra kota mundele, para onde estas querendo ir? Eu sou português e de Trás-os-Montes, vocês passam lá? Sim, kota, a gente passa lá.
O candongueiro ia vazio mesmo, naquela hora tão cedo de domingo, o publico ainda não circulava, estava nós maruvos.
- Hei, mano, vamos tratar aí do kota, vira ai no bairro do Quinanga.
E saíram do caminho, foram na avénida Agostinho Neto, meteram na terceira à direita, depois na esquerda, segunda, enfim se perderam no emaranhado propositado e pararam o candongueiro num local deserto, metia cagaço. Aí o dikota rabujou:
- Este não é o caminho para a Rua da Missão! Para onde me levais?
Oi kota mundele – estigou um dos mbumbus, tu nós vais dar o teu relógio e tua carteira e queremos o teu kumbú também. E lhe seguraram nós braços, sua força estava diminuída pela tibaria excessiva e Afonso Henriques foi roubado do relógio mais a caneta bonita, e da carteira lhe tiraram só os troco, mas lhe pregaram um susto.
As coisas aqui acontecem depois como se pode saber, se ninguém viu?
As oito e vinte da manhã, cubava o seu terceiro sono profundo um dos amigos do Zé, o Rui. Sente uns passos pesados de alguém que sobe a escada para o seu apartamento, até que batem violentamente na porta, pancadas pesadas, campadas, uma voz sortindo lamentosos jingolôlos.
Quem é? Sou eu, o Zé. Rui, vai-te embora deste pais, disse, ar esgazeado, roupa em desalinho, enquanto o Rui lhe abria a porta, roubam-nos tudo! O que foi? Que aconteceu? Roubaram-me no candongueiro, agarraram-me e queriam bater-me, O que te roubaram? O relógio que a minha mãe me deu a caneta de ouro e dinheiro da carteira, quanto? 15 dólares. Só tinhas isso?
E, então, veio a resposta surpreendente do kota mais camundongo da cidade: “O resto não me roubaram, pois quando ainda estava na buate, escondi o dinheiro no sapato!”
Era e continuou a ser sempre assim o Afonso Henriques kota mundele.
Luís Mascarenhas Gaivão em Estórias de Angola
sexta-feira, julho 20, 2007
post em (quase) tempo real
hoje, assim que acordei fiz o mesmo movimento de sempre, estiquei o braço e liguei a rádio luanda. a noticia era de um camião que caiu num buraco ali na rua onde fica Assembleia Nacional, e pelo que dizia o jornalista, muitos automobilistas avisaram ao motorista que conduzia o camião do perigo de ele tentar passar ali, mas como a teimosia foi maior deu no que deu!
hoje assim que cheguei na agencia fiz o mesmo movimento de sempre, abri o portátil e fui ver o e-mail. uma das primeiras mensagens dizia Dicas da Banda (fofoca fresca), e como o remetente nem é de enviar mails destes, a curiosidade bateu e fui logo ver. eram as fotos do tal camião.
como gosta de escrever o Pacheco Pereira (abrupto.blogspot.com), usando o attelier dos mangueirinhas em tempo real.
hoje assim que cheguei na agencia fiz o mesmo movimento de sempre, abri o portátil e fui ver o e-mail. uma das primeiras mensagens dizia Dicas da Banda (fofoca fresca), e como o remetente nem é de enviar mails destes, a curiosidade bateu e fui logo ver. eram as fotos do tal camião.
como gosta de escrever o Pacheco Pereira (abrupto.blogspot.com), usando o attelier dos mangueirinhas em tempo real.
quinta-feira, julho 19, 2007
Comprar Comentários
Já era possível comprar posts e subscrições para sites de social bookmarking, agora a nova ameaça à credibilidade da blogosfera parte de uma empresa que pretende vender comentários em blogs (http://www.buyblogcomments.com/) com o intuito de aumentar o SEO do comprador. Trocado por miúdos, mediante o pagamento de uma determinada verba, os responsáveis da empresa comprometem-se a colocar em vários blogs comentários credíveis deixando, obviamente, o link para a página escolhida por quem paga. Com isto procura-se claramente fugir ao software anti-spam que tem tornado a vida dos bloggers menos tormentosa com uma bela manobra de blackhatt.
Para além do problema óbvio da deturpação do princípio das caixas de comentários - a partilha de opiniões entre bloggers e leitores - esta situação írá colocar em causa a credibilidade de cada comentário que for deixado num blog. Se de facto, os comentários estiverem à altura do prometido e inserirem-se no tema do post onde são colocados, será muito difícil fazer a distinção entre comentários comprados e comentários “puros”. Dificilmente algum blogger, sobretudo aqueles que têm maior número de leitores e de comentários (os alvos preferenciais deste tipo de campanhas), irão ter tempo para monitorizar cada comentário individualmente.
Há ainda a questão de como os motores de busca - especificamente o Google - irão reagir a esta situação que tem como principal alvo precisamente o seu ranking de pesquisas. O mais provável é que, admitindo que esta situação atinge dimensões assinaláveis, o peso dos comentários e dos próprios blogs irá diminuir progressivamente.
Aquilo que eu não consigo entender é como é que estes pessoas não percebem que estes esquemas têm como desfecho último inutilizar os blogs como meios de comuniciação fiável! Ou seja, a compra de posts ou de comentários apenas irá levar a que tal se torne no futuro inútil porque o valor dos blogs em termos de SEO será praticamente nenhum! Basicamente estão apenas a “envenenar” lentamente a blogosfera contribuindo para a sua própria morte! Infelizmente irão levar muitas vítimas colaterais consigo!
gentilmente retirado (sem custos) do blog PubAddict.net
Para além do problema óbvio da deturpação do princípio das caixas de comentários - a partilha de opiniões entre bloggers e leitores - esta situação írá colocar em causa a credibilidade de cada comentário que for deixado num blog. Se de facto, os comentários estiverem à altura do prometido e inserirem-se no tema do post onde são colocados, será muito difícil fazer a distinção entre comentários comprados e comentários “puros”. Dificilmente algum blogger, sobretudo aqueles que têm maior número de leitores e de comentários (os alvos preferenciais deste tipo de campanhas), irão ter tempo para monitorizar cada comentário individualmente.
Há ainda a questão de como os motores de busca - especificamente o Google - irão reagir a esta situação que tem como principal alvo precisamente o seu ranking de pesquisas. O mais provável é que, admitindo que esta situação atinge dimensões assinaláveis, o peso dos comentários e dos próprios blogs irá diminuir progressivamente.
Aquilo que eu não consigo entender é como é que estes pessoas não percebem que estes esquemas têm como desfecho último inutilizar os blogs como meios de comuniciação fiável! Ou seja, a compra de posts ou de comentários apenas irá levar a que tal se torne no futuro inútil porque o valor dos blogs em termos de SEO será praticamente nenhum! Basicamente estão apenas a “envenenar” lentamente a blogosfera contribuindo para a sua própria morte! Infelizmente irão levar muitas vítimas colaterais consigo!
gentilmente retirado (sem custos) do blog PubAddict.net
este coment foi removido pelo administrador do blog
hoje apaguei um coment anónimo no post Ondjaki e suas estórias, porque achei não ser este o local ideal (como o próprio escreveu) para se falar sobre assunto exposto pelo caro anónimo. isso não significa dizer, que não esteja solidário com tudo o que escreveu, mas acredito que qualquer que seja a gravidade do assunto, quando tratado em fórum impróprio perde muito da sua importância.
por isso aconselho-o a enviar este mesmo coment para o email de alguns órgãos de informação e talvez assim consiga que a opinião publica tenha conhecimento como bem escreveu.
espero que isso não lhe faça parar de passar cá pelo meu cantinho.
obrigado.
por isso aconselho-o a enviar este mesmo coment para o email de alguns órgãos de informação e talvez assim consiga que a opinião publica tenha conhecimento como bem escreveu.
espero que isso não lhe faça parar de passar cá pelo meu cantinho.
obrigado.
quarta-feira, julho 18, 2007
Ondjaki e suas estorias
ontem estive pelas 18 horas no Centro de Formação de Jornalistas para o lançamento do mais recente livro do Ondjaki, Os da Minha Rua.
apesar de já ter lido o livro, fiz questão de estar presente porque nas apresentações das suas obras ele arranca boas gargalhadas da plateia com as sua estorias únicas. já em Matosinhos, quando lá estive para apresentação de As Sete Estradinhas de Catete do meu amigo Paulo Bandeira, lembro-me que Ondjaki contou uma cena sobre patos num baptizado aqui na banda, que acredito que alguns dos presentes acharam que fosse ficção, pois é, e tal como o conto do cão tinhoso, é mesmo verdade!
e ontem não foi diferente, a certo altura da conversa que ele manteve com a plateia falou de algo interessante. dizia ele que uma vez foi convidado para ir a Suíça apresentar o seu livro, e como não é segredo para ninguém aquilo lá é o pais da organização, tudo no lugar, ninguém se atrasa para nada(talvez seja por isso que têm muitas marcas de relógio famosas), e se calhar tudo isso dificulta um pouco mais os escritores de lá a escreverem sobre o quotidiano deles. já em Angola é o oposto, e basta a “qualquer” pessoa atravessar a estrada do rocha pinto, para logo a seguir ter mais de 10 estorias para contar! e atenção, nenhuma delas será ficção.
apesar de já ter lido o livro, fiz questão de estar presente porque nas apresentações das suas obras ele arranca boas gargalhadas da plateia com as sua estorias únicas. já em Matosinhos, quando lá estive para apresentação de As Sete Estradinhas de Catete do meu amigo Paulo Bandeira, lembro-me que Ondjaki contou uma cena sobre patos num baptizado aqui na banda, que acredito que alguns dos presentes acharam que fosse ficção, pois é, e tal como o conto do cão tinhoso, é mesmo verdade!
e ontem não foi diferente, a certo altura da conversa que ele manteve com a plateia falou de algo interessante. dizia ele que uma vez foi convidado para ir a Suíça apresentar o seu livro, e como não é segredo para ninguém aquilo lá é o pais da organização, tudo no lugar, ninguém se atrasa para nada(talvez seja por isso que têm muitas marcas de relógio famosas), e se calhar tudo isso dificulta um pouco mais os escritores de lá a escreverem sobre o quotidiano deles. já em Angola é o oposto, e basta a “qualquer” pessoa atravessar a estrada do rocha pinto, para logo a seguir ter mais de 10 estorias para contar! e atenção, nenhuma delas será ficção.
Burka Band
não sei se será a única, mas a verdade é que até ao momento nunca tinha visto uma girls band nascida no Afeganistão!
sexta-feira, julho 13, 2007
recargas
a caminho do beiral e já no bairro do cazenga, notei que a maioria dos motoristas dos candongueiros conduziam com um pacote encarnado na boca!
- cota Paulo, mas o que isso que eles tem a boca. perguntei eu.
- são recargas mo n´dengue.
- recargas!!!???
la o cota passou a explicar, que deram este nome a estes pacotes de whisky porque os motoristas quando bebem, sente-se recarregados! o tipo de carga é que já não sei explicar.
o mais estranho nisso tudo, é que os motoristas não se inibem de falar com os policias com aquilo pendurado na boca, até pelo que me pareceu todo mundo sabe das famosas recargas! são legais.
como sou um pouco curioso, na volta resolvi parar para comprar alguns pacotes e sentir o poder da recarga. as embalagens são de 50ml e é possível ler-se em caps lock RARE OLD ou BEST WHISKY de origem sul africana. já na casinha fiz o texte que não passou de um toque com a língua no liquido, mas quem sabe num outro dia com muita coragem consiga recarregar-me.
- cota Paulo, mas o que isso que eles tem a boca. perguntei eu.
- são recargas mo n´dengue.
- recargas!!!???
la o cota passou a explicar, que deram este nome a estes pacotes de whisky porque os motoristas quando bebem, sente-se recarregados! o tipo de carga é que já não sei explicar.
o mais estranho nisso tudo, é que os motoristas não se inibem de falar com os policias com aquilo pendurado na boca, até pelo que me pareceu todo mundo sabe das famosas recargas! são legais.
como sou um pouco curioso, na volta resolvi parar para comprar alguns pacotes e sentir o poder da recarga. as embalagens são de 50ml e é possível ler-se em caps lock RARE OLD ou BEST WHISKY de origem sul africana. já na casinha fiz o texte que não passou de um toque com a língua no liquido, mas quem sabe num outro dia com muita coragem consiga recarregar-me.
os cotas do beiral
sexta-feira, julho 06, 2007
attelier, e mais bonito
hoje a Lita Duarte deixou um comentário, no qual perguntou o significado do nome atellier (com dois l´s) do mangueirinhas.
um outro amigo uma vez perguntou-me o porque dos dois t´s.
alguns leitores daqui, ao adicionarem o link nós seus respectivos blogs retiraram um t.
aproveitando isso, resolvi explicar de onde eles vieram.
como mais ou menos tentei explicar no “cabeçalho” do blog, a palavra mangueirinha surgiu por causa do grupo de miúdos que se reunia por baixo da mangueira da casa do GRANDE Henrique Abranches.
já o attelier (insisto nos dois t´s e num único l), surgiu porque num certo dia estes mesmos miúdos tiveram uma grande discussão porque uns diziam que ateliê se escreve com dois t´s e outros defendiam que não eram dois t´s mas sim dois l´s! depois de muitos gritos e sorrisos, os putos resolveram então ir tirar a duvida com o velho (maneira carinhosa como tratavam o Henrique A.).
após o silencio que se fez sentir, o velho disse:
a expressão francesa ateliê pode ser substituída pela palavra oficina, mas tenho a certeza que nenhum francês se ira chatear comigo se descobrir que escrevo com dois t´s por achar que assim fica mais bonito.
o silencio que se fez sentir a seguir, demonstrou que todos os putos concordaram com a resposta do velho.
tenho saudades dele.
um outro amigo uma vez perguntou-me o porque dos dois t´s.
alguns leitores daqui, ao adicionarem o link nós seus respectivos blogs retiraram um t.
aproveitando isso, resolvi explicar de onde eles vieram.
como mais ou menos tentei explicar no “cabeçalho” do blog, a palavra mangueirinha surgiu por causa do grupo de miúdos que se reunia por baixo da mangueira da casa do GRANDE Henrique Abranches.
já o attelier (insisto nos dois t´s e num único l), surgiu porque num certo dia estes mesmos miúdos tiveram uma grande discussão porque uns diziam que ateliê se escreve com dois t´s e outros defendiam que não eram dois t´s mas sim dois l´s! depois de muitos gritos e sorrisos, os putos resolveram então ir tirar a duvida com o velho (maneira carinhosa como tratavam o Henrique A.).
após o silencio que se fez sentir, o velho disse:
a expressão francesa ateliê pode ser substituída pela palavra oficina, mas tenho a certeza que nenhum francês se ira chatear comigo se descobrir que escrevo com dois t´s por achar que assim fica mais bonito.
o silencio que se fez sentir a seguir, demonstrou que todos os putos concordaram com a resposta do velho.
tenho saudades dele.
quarta-feira, julho 04, 2007
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