lá fora fazia noite e no interior a iluminação era intensa, a cor creme dos sofás e do mosaico misturava-se com o branco das paredes mais o enorme candeeiro de parede, que davam um aspecto claro aquela sala que se parecia com um salão de festas.
os enormes sorrisos que se faziam nas molduras expostas na prateleira a minha esquerda mostravam a (in)felicidade de uma família que não pretende apresentar suas fragilidades.
sentados, olhávamo-nos, falávamo-nos, ouvíamo-nos, cheirávamo-nos e voltávamos a fazer tudo outra vez sem nunca sequer ousarmos em tocarmo-nos.
depois, veio a voz lá de cima que falou alguma coisa da hora, levantamos e nos dirigimos para à porta e voltamos a falar, mas desta vez, o que os lábios diziam não condizia com o que os olhos diziam... seguiu-se uma pausa e depois o tão esperado toque. o aperto de mão pareceu eterno e sem mais palavras, o adeus veio pelos olhos.
na manhã seguinte, já não me lembrava de nada!