quarta-feira, março 11, 2009

personagens dos meus dias XIII

a minha vizinha Vanda sempre foi a menina linda lá da rua e a mulher dos primeiros sonhos eróticos dos putos que se envergonhavam a quando da sua passagem pelo passeio do cota Henriques.

filha do Mantonas e da tia Fina, a miúda sempre foi as direitas, prendada e tímida, dizia-se lá na rua que não pisava a linha vermelha como as outras jovens da nossa idade... frequentava a catequese, tinha aulas de bale e dizia sempre obrigado e desculpa.

do outro dia, encontramo-nos no transito em direcção ao centro da cidade, eram 5h:15 da manhã e lá estávamos nós em filas paralelas a caminho do trabalho. eu com a GQ e os U2 e ela com o Marcelo (4 anos) e a Edna (2 anitos), procurando de alguma forma manter a mente distraída para não nos aborrecemos com aquele fila enorme de carros. viemos o caminho todo conversando com os carros em posição semelhante, perguntei-lhe pelos pais, a irmã e alguns amigos em comum que a muito não vejo, e ela, perguntou-me pelos pais, os irmãos, outros amigos e se também já me tinha casado.

no desvio do Bairro Azul trocamos os números de telemóvel e seguimos, ela em frente e eu pela esquerda.

seguiu-se a troca de sms´s e um telefonema para combinarmos um dia em que pudéssemos estar juntos e conversar.

(...)

cheguei 8 minutos depois da hora combinada, a esplanada estava cheia, o calor era muito e a vista era da marginal. procurei a direita, a esquerda e olhei ao fundo, mas ela estava mesmo ali próximo com o mesmo sorriso que tinha quando passava pelo passeio do cota Henriques. vestia amarelo, cheirava Hypnotic Poison da Dior (confirmou-me muito mais tarde) e tinha em mão o livro Sinto Muito de Nuno Lobo Antunes. 

falamos de tudo e de todos.

contou-me que se tinha casado com o Nelo, o puto da banda que quase não abria a boca excepto para falar do Michael Jordan, têm um menino e uma menina, formou-se em economia, ainda pratica natação, tem saudades dos miúdos lá da rua e que a última vez que soube alguma coisa sobre mim foi através de um livro que lhe fora emprestado e que na primeira pagina vinha o meu nome, o local e data da compra (supôs ela). 
e eu, contei-lhe das meninas, da formação que desiste, da que terminei e da que ainda continuo a sonhar, das partidas e dos regressos, da saudade do Velho e do dia que deparei-me com fotos dela em casa da amiga de uma amiga minha que não me lembrava do nome.

no final, trocamos os e-mails e foi assim que lhe apresentei o espaço. 
certa vez, confessou-me que passava por aqui todos os dias para saber como eu estava, porque como ela mesmo disse, ao telefone eu nunca digo a verdade.

hoje, recebi um telefonema em que a voz do outro lado disse resumidamente o seguinte:
A Vanda partiu e não volta nunca mais!

6 comentários:

Val Du disse...

Eu estava gostando do teu relado sobre a Vanda, mas não esperava um final desses...ela partiu e nunca mais volta.
Penso na família dela, nos filhinhos...como vai ficar?
Bem, Deus sabe de todas as coisas.

Um forte abraço.

Anónimo disse...

Andas mesmo famoso na blogosfera Salu. (risos) tua mamãe sabes disso/(risos)que procuras divertimento em sites de meninas que vendem o corpo(e não só o corpo)(risos).
C/ um nome desses devias ter mais cuidado tens um nome p/ zelar, és um Salucombo e não um qualquer.
deve ser porisso que não tens tempo p/ angola.
Devias tomar juizo.
também sou um Salucombo.

S.

Anónimo disse...

Se calhar és um nojento.
pessoas que se relacionam com putas
são uns nojentos, naõ tens capacidade de pegar uma garota,precisas disso?!!

Menina

Anónimo disse...

ainda...
me enganaste, pois sim, pensava que eras um homem, não passas de um
puto!
nunca mais volto aqui! falso.

menina

VARAL disse...

Porque tanto barulho, os mediocres sempre falam de si mesmo.
Já li o livro da garota de programa de quem estão falando e já li o blogue dela também.
É mais uma pobre coitada querendo se dar bem as custas de otários.
Escreve coisas sobre si mesma sempre. É tudo muito comum e sem graça.
Os homens gostam, fazer o que, há gosto p/ tudo. SEXO vende, e como.

abraços

Anónimo disse...

O q te posso dizer amigo? Angola ainda n está preparada para ti. E talvez nunca estará! Num país, ou meio com mentes mais abertas serias apenas uma pessoa open-minded. Mas no país, ou meio em q te encontras neste momento és algo fora do "normal".
A pergunta é quem define o q é normal? Quem decide as regras do jogo? Quem impõe regras nas nossas vidas?
Os q opinam por no fundo invejarem a tua virtude, ou tu como dono do teu destino? Tu, por apenas seres o q és, o q é muito "normal" apesar d ser "anormal" nos olhos dos demais?
Se bem te conheco, a palavra regras é uma das múltiplas palavras q não existem no dicionário da tua vida.
Aos demais: sem querer ofende-los, apesar de acharem ter o direito de decidir o rumo da vida do Salucombo, a liberdade de expressão é algo q se deve usar com muita cautela. Muitos de vós parecem n conseguir distinguir o fictício da realidd. E o q ainda é bem pior, n conseguirem respeitar a realidd qdo esta, é realidd.

/bb