domingo, junho 27, 2010

Portugal vs Brasil em Angola


o restaurante Bay Side fica na Avenida 4 de Fevereiro, com vista privilegiada para a marginal de Luanda e foi lá que um pedaço da comunidade brazuca organizou-se para dar o seu apoio. havia de tudo, poucos portugueses, alguns angolanos, picanha até dizer chega, muita cerveja e claro, as vuvuzelas. os golos não apareceram, mas a festa foi colorida, e no final não restaram duvidas, mangopes, tugas e brazucas ganharam o dia.










terça-feira, junho 22, 2010

ainda o mundial, África e os africanos 3

[um jornalista (Tiago Carrasco), um fotógrafo (João Henriques) e um repórter de imagem (João Fontes) aventuraram-se durante 5 meses numa viagem de 30 mil quilómetros, passando por 19 países, da capital portuguesa até a principal cidade da Copa do Mundo, Joanesburgo. Publicada na Revista Única, compartilho aqui à aventura num copy/paste sem censura.]

Guiné – Bissau
Em Bissau, voltámos a sentir o sabor a casa, com croquetes, bacalhau e cerveja portuguesa. O que não soube tão bem foi ver o estado de Bolama, a ilha que foi a primeira capital da Guiné colonial. Os outrora airosos edifícios governamentais são hoje habitados por porcos e vacas, a circulação de dinheiro e de alimentos é escassa, os fios eléctricos foram cortados para comercializar o cobre. A ilha está às escuras. Desejos de uma luz ao fundo do túnel, os bolamenses partiram para Bissau, mas não tiveram melhor sorte. De todas as capitais africanas que conhecemos, Bissau é a mais precária; não há luz nem água corrente, não há fabricas nem esperança. O trafico de droga continua a ser um flagelo, e descobrimos uma tabanca em que a droga que deu à costa foi usada para espalhar pelo corpo em rituais tradicionais e para marcar as linhas do campo de futebol. Contudo, Bissau é um caso de estudo; mesmo com tanta miséria, quase não existe criminalidade, e vimos os guineenses festejar o seu Carnaval híbrido, mistura de herança portuguesa com a cultura local, com uma festividade inigualável. Terminamos a nossa estada em Tabato, uma aldeia griot, totalmente habitada por músicos. Quem nasce nessa comunidade tem de tocar bafafon (xilofone africano), e o instrumento, uma das únicas peças de decoração, deve ser guardado num dos cantos da sala nua. Cantámos e dançámos com a tribo e percebemos que, no silencio da noite, há sempre um balafon a tocar no meio dos cajueiros, acompanhado à capela pelos gritos de dor libertados pelas crianças nos rituais de circuncisão.

Mali
Tínhamos de ver um concerto de Salif Keita, o rei da música africana. A única maneira de fazê-lo era penetrar na festa de encerramento do Fórum África, organizado pelo primeiro-ministro, a decorrer no melhor hotel da cidade. Furámos as barreiras de segurança e desfilámos de calções e boné no jardim privado, ao lado das mais destacadas figuras do país e debaixo dos holofotes da televisão nacional. A operação valeu a pena: vimos o concerto nos bastidores, colados ao palco. Infelizmente, o cantor recusou-nos a entrevista. De Bamako, a mais musical cidade africana, partimos para a falésia de Bandiagara, a terra dos Dogon, uma tribo que há mais de 600 anos se esconde dos invasores em aldeias inóspitas cravadas na pedra. Os tempos de sossego parecem ter chegado ao fim. Desde que foi considerado Património da Humanidade pela UNESCO, o país Dogon tem sido assaltado por turistas. Nas aldeias mais visitadas tem-se perdido a autenticidade cultural e a arqueologia Dagon tem vindo a ser saqueada a preços ridículos em lojas de artesanato. Por outro lado, há ainda aldeias perdidas no tempo ao longo dos 200 quilómetros de extensão da falésia. Em Nandoli, um mundo de pedra e terra infértil, os 1200 habitantes da aldeia têm o mesmo apelido, Tapily, porque pertencem à mesma família. E a sua estranheza perante o branco é tão grande que quando sentámos à sombra para comer atum e feijão em conserva fomos rodeados por uma turba de miúdos curiosos que não nos tirava o olhar de cima. Ou seria fome?

sexta-feira, junho 18, 2010

ainda o mundial, África e os africanos 2

[um jornalista (Tiago Carrasco), um fotógrafo (João Henriques) e um repórter de imagem (João Fontes) aventuraram-se durante 5 meses numa viagem de 30 mil quilómetros, passando por 19 países, da capital portuguesa até a principal cidade da Copa do Mundo, Joanesburgo. Publicada na Revista Única, compartilho aqui à aventura num copy/paste sem censura.]

Mauritânia
Onde se disputa o maior clássico do futebol mauritano? Como não poderia deixar de ser, sobre a fina areia do deserto do Sara. Assistimos à partida entre o FC Nouâhdibou, campeão nacional em 2009, e o detentor da Taça, o SNIM. As dunas brancas do estádio: na duna poente, estão os sócios, adeptos vestidos com o boubou azul tradicional do país. As claques estão na bancada central, à sombra de um muro, atrás dos dirigentes dos clubes, instalados em cadeiras de plástico, que constituem a tribuna de honra. No topo norte, dezenas de adeptos assistem ao jogo no interior dos carros estacionados. No topo sul, pastam dromedários. As balizas estão tortas e ferrugentas, e as linhas foram calcadas com os pés. O futebol na Mauritâniaé bastante pobre, mas merece louvor por conseguir juntar mouros e africanos negros, algo impossível em qualquer outro lado. A escravatura atinge ainda 600 mil pessoas na Mauritânia, 20 por cento da população do país. Dominam os senhores Hassaniya, descendentes de árabes, sobre os escravos de pele negra. Na última jogada da partida, com o resultado em 0 – 0, o avançado do SNIM cabeceia a bola em direcção às redes de pesca da baliza. Os miúdos da claque rebolam pelas dunas, levanta-se areia, caem cadeiras de plástico e turbantes. Caprichosamente, a bola bate na barra, vai ao chão e ressalta num monte de areia, afastando-se da baliza. Os jogadores tentam encontrar a marca da bola na areia para reivindicar o tento. O arbitro apita para o fim. Os jogadores do Nouâhdibou entram à pressa no autocarro e os do SNIM vão a pé para casa. Os adeptos ficam a discutir se a bola passou a linha. Assim é um dérbi na Mauritânia – pobre, mas com tudo a que um dérbi tem direito...

Senegal
Pensei que iam arrancar a orelha ao João Fontes, o nosso repórter de imagem. Estávamos em Toupa, cidade sagrada para os fiéis da congregação islâmica dos mourids, durante a concorrida peregrinação do Magal. A ideologia da irmandade criada por Cheikh Amadou Bamba, em 1883, rejeita a utilização de brincos pelos homens, e um dos seus súbditos ficou extremamente ofendido. “Vou arrancar-te os brincos”, gritava. Felizmente, a discussão acabou quando o João tapou as orelhas com um casaco. Touba é uma cidade–estado, com leis próprias, que durante a peregrinação, uma das maiores do mundo islâmico, aumenta a sua população de 120 mil pessoas para dois milhões. Instala-se o caos. As ruas transbordam de gente, e o ar transforma-se numa névoa de poeira e de fumo tóxico. Na Grande Mesquita, imponente com os seus cinco minaretes de mármore, os peregrinos atropelam-se e espinham-se para orar no mausoléu do seu líder espiritual. Caminho durante horas pela cidade, esborrachado e empurrado pela multidão, ficando com a face e os pés negros de sujidade. Espera-me um banho com água do poço em casa do Darou, o nosso anfitrião. Possuir uma casa em Toupa é a mais alta expressão de prosperidade para um mourid. Dessa forma, pode receber amigos, familiares e peregrinos mais necessitados. Darou recebe cerca de 30 pessoas. Nós dormimos ao ar livre, no terraço, para onde são encaminhados os homens solteiros, sendo o piso térreo ocupado por casais, mulheres e crianças. Enquanto adormecia, ouvia o som dos carros e das pessoas que viajavam umas por cima das outras nas caixas dos camiões. Ofuscados pela luz de Cheikh Bamba, muitos motoristas perdem o controlo das viaturas. 32 pessoas morreram a caminho do Magal este ano. A patética ironia de morrer a caminho da salvação...

quarta-feira, junho 16, 2010

um convite aos de cá

hoje, é um bom dia para assumir 39

"Eu não escrevo pra ninguém e nem pra fazer música
E nem pra preencher o branco dessa página linda
Eu me entendo escrevendo
E vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco
Ele me mostra o que eu não sei
E me faz ver o que não tem palavras
Por mais que eu tente são só palavras
Por mais que eu me mate são só palavras

Eu não escrevo pra ninguém e nem pra fazer música
E nem pra preencher o branco dessa página linda
Eu me entendo escrevendo
E vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco
Ele me mostra o que eu não sei
E me faz ver o que não tem palavras
Por mais que eu tente são só palavras
Por mais que eu me mate são só palavras

Eu me entendo escrevendo
E vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco
Ele me mostra o que eu não sei
E me faz ver o que não tem palavras
Por mais que eu tente são só palavras
Por mais que eu me mate são só palavras

Só palavras
Só palavras..."

terça-feira, junho 15, 2010

ainda o mundial, África e os africanos 1

[um jornalista (Tiago Carrasco), um fotógrafo (João Henriques) e um repórter de imagem (João Fontes) aventuraram-se durante 5 meses numa viagem de 30 mil quilómetros, passando por 19 países, da capital portuguesa até a principal cidade da Copa do Mundo, Joanesburgo. Publicada na Revista Única, compartilho aqui à aventura num copy/paste sem censura.]

Espanha
Falsa partida. Como o patrocínio chegou tarde, atrasámo-nos na encomenda da câmara de filmar, comprada em segunda mão a um armazém londrino. Além disso, a funcionária do banco, esqueceu-se de carregar no “Enter” para efectuar a transacção, e, resolvido o problema, foi um nevão em Espanha que reteve a encomenda num aeroporto do País Basco. Mas a partida estava marcada e não pudemos esperar. Resultado – três dias em Algeciras e Tarifa à espera que nos trouxessem a máquina. Foi aqui que conhecemos Amadou Sow, um senegalês de 20 anos que atravessou o estreito de Gibraltar com mais 100 pessoas numa piroga clandestina. Com a ilusão de se tornar jogador de futebol, saiu da remota aldeia de Gurel Ali para juntar dinheiro para chegar às Canárias. Trabalhou nas obras na Argélia e vendeu água no Níger: “Se vendesse 20 litros num dia, podia comer. Se vendesse menos, passava fome”, disse. Em Marrocos, foi perseguido pela máfia fronteiriça e viu dois amigos serem decapitados à sua frente. Acabou por ser preso, mas conseguiu escapar a meio da noite: “Nas celas, os presos dormiam uns em cima dos outros e defecavam na sala.” Desembarcou em Tenerife com 17 anos, e desde aí nunca lhe deram um contrato de trabalho. Desiludido com a Europa prometida, junta hoje dinheiro para voltar à sua aldeia no Senegal, ironicamente, c caminho oposto do pretendido pela maioria so africanos que iríamos conhecer.

Marrocos
“Já me chegaram informações de que podem estar a ser vigiados”, dizem-me do outro lado da linha, numa cabine pública de El Aaiúm, Sara Ocidental. “Vou dar-te dois números. Não sei se valera a pena ligares a um deles, porque os marroquinos já lhe partiram as pernas. Aponta este... chama-se Hamad.” Encontramo-nos com Hamad às escondidas, atrás de um colégio num bairro residencial. É um dos principais activistas pela independência do Sara Ocidental, antiga colónia espanhola plantada no meio do deserto, sob anexação de Marrocos há 34 anos. Leva-nos para sua casa, local de reunião dos defensores da causa, frequentada, inclusive, por Aminetu Haidar, a cara da luta saraui. Ao contrário de 200 mil dos seus compatriotas que habitam num campo de refugiados na Argélia, Hamad escolheu ficar em El Aaiúm. Entre copos de chá, conta-nos os horrores que sofreu às mãos dos marroquinos: “Já fui espancado no hospital com madeiras e ferros, na prisão deram-me choques eléctricos no pénis e nas orelhas, atacaram-me durante horas com as pernas junto ao peito (tortura da galinha) e de braços abertos (tortura do avião).” É interrompido por uma chamada: “Devem ir-se embora. Vem aí uma pessoa de que suspeito, que me liga sempre que estou com estrangeiros.” Bebemos o terceiro e ultimo copo de chá e despedimo-nos. A tradição saraui diz que se devem tomar três copos de chá, cada um deles com um sabor distinto. O primeiro deve ser amargo, como a vida, o segundo doce, como o amor, o terceiro lento, como a morte. Hamad só beberá o ultimo trago quando for livre.
continua...

segunda-feira, junho 14, 2010

ainda o mundial, África e os africanos

[um jornalista (Tiago Carrasco), um fotógrafo (João Henriques) e um repórter de imagem (João Fontes) aventuraram-se durante 5 meses numa viagem de 30 mil quilómetros, passando por 19 países, da capital portuguesa até a principal cidade da Copa do Mundo, Joanesburgo. Publicada na Revista Única, compartilho aqui à aventura num copy/paste sem censura.]

Portugal
Precisávamos de fugir. A crise apertava e a rotina sufocava. Mas como fugir e para onde? Tinha de ser uma escapadela que nos permitisse viajar, prazer primordial, e ao mesmo tempo trabalhar, prazer necessário ao custeio da viagem. A ideia surgiu ainda em 2008. O primeiro Mundial de futebol em África. Não há melhor livre-trânsito em África do que levar uma bola de futebol na bagagem. Em Outubro de 2009 pusemos mãos à obra. Demitimo-nos dos empregos e passámos a picar o ponto todas as manhãs numa cave em São Sebastião, Lisboa. Um trabalho a tempo inteiro para planear tudo em detalhe. Necessitávamos de um carro, de uma câmara de vídeo e de um meio de publicação, mas o máximo que arranjamos foi um produtor que nos quis mandar para o Brasil fazer um curso de Krav Maga, letal arte marcial israelita, como condição para o apoio. Todos nos incutiam medo como velho velhos do Restelo do século XXI: “Vão se raptados por tuaregues, devorados por leões, envenenados por feiticeiros.” Ouvimos 1001 formas de morrer em África. A duas semanas da data prevista para o arranque, assustava-nos mais não ter carro nem dinheiro do que os bruxos e os animais ferozes. Pensámos comprar um Fiat Uno velho, ir à boleia ou de autocarro e mendigar por comida. Mas o milagre aconteceu a duas semanas do inicio. O “Record” comprou-nos a ideia, a Galp alugou-nos um jipe que já tinha corrido dois Lisboa-Dacar e a Sport Zone forneceu-nos tendas e vestimenta. A 9 de Janeiro, entre lágrimas e abraços, a fuga começava nos Parque das Nações. Para lá da Ponte Vasco da Gama esperavam-nos 19 países e 30 mil quilómetros. Entre tantas outras coisas com que nem sequer sonhávamos...
continua...

sexta-feira, junho 11, 2010

the day of dream

hoje, é um grande dia para aprendermos.

hoje, é o dia que tem início a primeira copa do mundo em solo africano, um motivo de grande orgulho para os sul africanos e não para todos os africanos, como muita gente tem defendido.

a África do Sul, é um país que aprendeu com o sofrimento e ao contrário da maioria dos países africanos, não decidiu apagar as magoas apagando o passado, pelo contrário, apesar de todas as dificuldades que passaram e de alguns problemas que ainda enfrentam, os sul africanos, decidiram que as marcas do sofrimento passado deveriam ser compartilhadas e preservadas para que as próximas gerações possam perceber o significado da palavra perdoar.

nestes dias, tenho escutado muitas vozes defendendo, que nós, os africanos, devemos nos sentir muito orgulhosos pelo sucesso desse evento, independente da realidade e das opções feitas por cada nação africana. talvez seja pessimista ou um estraga prazeres, como fui ontem acusado, mas penso que os outros países africanos ao invés de se sentirem orgulhosos com o sucesso dos sul africanos, repito, sucesso dos sul africanos, deveriam sim copiar. o copy paste do positivo nunca será mal visto, alias, acredito mesmo que os povos que copiaram as boas acções dos vizinhos não se arrependeram do acto, e tenho a certeza absoluta de que se nós os africanos copiássemos mais as acções do Madiba, África não seria tão amarga.

quinta-feira, junho 10, 2010

um convite aos de cá

do nordeste do Brasil para a Ilha de Luanda

a despedida do simpático, afável e amigo Afonso Cardoso, embaixador do Brasil em Angola, tinha de ser especial.

trazida de lá para cá, havia de tudo na Festa Junina. pamonha, milho cozido, bolo de fubá, cuscuz, quentão de vinho e de cachaça, caldo, arroz doce, uma banda de forró e não só, havia também chineses, portugueses, japoneses, russos, italianos, franceses, sul africanos e claro, bwê de angolanos. todos para dar um abraço ao Afonso.










segunda-feira, junho 07, 2010

Wyza com banda

o Wyza é um músico que não faz música “comercial” ou para as massas como alguns dizem. a sua voz, não toca na maior parte das casas nocturnas, nas festas de quintal não lhe dão acesso e raramente faz parte da playlist de muitos ipod´s. o Wyza, já saiu para bem longe, já esteve na China, já foi para América do sul, andou pela Europa, gravou um vídeo clip lindo no Brasil, mas em Luanda, nunca tinha subido a um palco de verdade!


no Chá de Caxinde, houve o atraso e não houve casa cheia, afinal, as massas não gostam da diferença. o palco teve uma decoração interessante e iluminação que deu cor a uma noite que começou com Kana Ya (voz limpa sem qualquer instrumento) que faz parte do álbum África Yaya. depois, veio a banda e os primeiros momentos de dúvida entre o músico e público foram desaparecendo aos poucos. do lado de cá a assistência gritava palavras de incentivo e pedidos da música X ou Y, no palco, os músicos respondiam com sorrisos e mais desempenho que fez a sala transpirar de alegria.




uma palavra ao Dalú que com as suas mãos faz sempre maravilhas, extraordinárias batucadas que nos levam sempre para lugares incertos de tanta satisfação.


comercialmente talvez não seja para as produtoras angolanas uma aposta rentável, mas em qualidade, Wyza tem o sabor de uma manga deliciosa, mas por incrível que pareça, o seu reconhecimento tem vindo de fora para dentro!

personagens dos meus dias

a Casa 70 fica no número 70 da rua da liberdade no bairro da vila Alice em Luanda.

a casa 70 é uma sala de shows com 12 anos de existência e de inicio, parecia um projecto cultural apenas para cotas, os primeiros espectáculos eram momentos de puro saudosismo porque os músicos que ali se apresentavam eram de gerações distantes. os anos passaram e a casa aos poucos mudou, os mais novos tiveram acesso ao palco, os melhores músicos nacionais já ali estiveram e o respeito pelo público é um dos símbolos da casa.

nas comemorações de mais um aniversario, a casa recebeu o Brasil, Alcione com a participação de Neguinho da Beija Flor. não sou admirador do estilo, mas confesso que a noite foi especial! na sala, parecia o único que desconhecia as letras das musicas que cotas e jovens acompanhavam com alegria fazendo coro para os músicos. o Neguinho que eu desconhecia totalmente quem era, encantou-me pela simplicidade e por um sorriso constante... a certa altura, compartilhou com a assistência sobre a história de uma música que como o próprio disse, nem o Chico Buarque seria capaz de escreve-la. a letra da música tinha apenas uma palavra, mulher, repetida não sei quantas vezes mas sempre com o mesmo entusiasmo e para seu espanto, a plateia conhecia a letra do principio ao fim!

Neguinho, cantou com Alcione, contou historias do Rio de Janeiro, sambou pelo o palco, apresentou a sua banda mas em momento algum deixou de sorrir!

na casa 70, a noite foi alegre.

quarta-feira, junho 02, 2010