domingo, agosto 01, 2010

a cidade agradece mas rejeitou o preço

depois de muitos contactos daqui e dali, lobbis via sms, e-mail e outras vias para conseguir uma credencial de imprensa para que pudesse fotografar à vontade, desisti e resolvi ir da forma tradicional. ticket à mão.

tinha muita expectativa para ver o Oliver Mtukudzi mas não consegui e fiquei sem entender porque que não se vendeu cd´s dele no dia em que ele actuou!

assim, corri para chegar a tempo dos 340ml que actuaram no Palco Welvitchia e que, para Luanda tinha uma iluminação fora do comum, excelente. sabia pouco sobre a banda, escutei algumas musicas por recomendação dos amigos das tertúlias que depois de uma viagem a Maputo regressaram com essa descoberta. estranhei que a maior parte do público conhecia a banda e os gritos em coro, fizeram com que os músicos em palco sentissem que estavam em casa. e estavam mesmo, pois, surpreenderam com uma agradável surpresa... Conjunto Ngonguenha para um dueto que quase fez o pessoal delirar.

o Ronny Jordan é cota e sabe como falar (tocar) para e com o público. fez-me lembrar os tempos em Malta, havia um bar de Jazz que frequentávamos mais pelo ambiente cosmopolita do que pela música. o homem que tocava guitarra, sempre que interpretasse Ronny Jordan, punha uma t-shirt com a frase: this is my god!

nos últimos tempos, vi o Nanutu duas ou três vezes ao vivo. o Nanutu, toca, dança duma forma muito própria e fala, na sua vez de ocupar o palco, aproveitou a brecha para falar: queria pedir ao pessoal da zona VIP que fizessem o favor de fazer silêncio, viemos cá todos para assistir ao Festival de Jazz. o público não vip agradeceu e a festa continuou.

quando descobri o Caipirinha Lounge, descobri também os Freshlyground durante algumas noites, li e ouvi tudo que encontrei online sobre essa grande banda sul africana... aliás, antes disso nem sequer sabia que tinham sido co-autores do sucesso muscial Waka Waka. os Freshlyground têm na sua vocalista Zolani Mahola um certo destaque não só pela sua voz especial ou pelo seu look tradicional + cool, pessoalmente penso que muito também pela atitude forte que tem em palco. cantou, gritou, dançou, conversou, transpirou e deu-nos um noite incrível. fez bem a organização quando decidiu repetir esta banda da primeira para a segunda edição do festival. por mim, não tenho como evitar, tive um pequeno descuido pela Kyla-Rose Smith a menina do violino... por segundos, achei que pousava só para minha objectiva a medida que tocava, dançava de uma forma que dava gosto e ainda lançava ao ar aquela voz! sempre tive admiração por pessoas que tocam determinados instrumentos e ao mesmo tempo conseguem dançar. fotografei aquele olhar 83 vezes!

ontem, faltei a Lura, ao Gabriel Tchiema, ao Jonas Gwangwa, ao João Oliveira, ao George Benson que hoje se repete, ao Blick Bassy e ao Lenine que faz muito tempo que lhe persigo mas sem sucesso. infelizmente, perdi uma grande noite.

[imagino que deve ser muito difícil organizar eventos do género, mas em todo caso, penso que algumas falhas não deveriam existir. as pessoas que vão a esse tipo de festivais esperam sempre puder comprar cd´s das bandas que actuam, principalmente daquelas bandas que não conheciam mas que ficam maravilhados com o performance em palco.

imagino que deve ser muito caro organizar eventos do género, mas com preços deste nível, vamos continuar a ter um festival assim, só para alguns, e esses alguns que na sua maioria tiveram bilhetes de oferta. queremos um festival cheio porque a boa música não deve ser nunca uma coisa restrita.

o festival é em Luanda e Luanda só tem uma língua oficial, o português. então porque que os bilhetes vêem com aqueles textos de responsabilidade escritos em inglês? o número de apoio que surge no verso pareceu-me ser da África Sul!

mas como ELES não me vão ler, deixemos dessas coisas.]

2 comentários:

Cláudia Pinto disse...

Caro Salucombo,

A organização do festival de jazz agradece, por ter gostado das varias actuaçoes a que teve a oportunidade de assistir, contudo, ficamos inquietos quando refere que tentou mas sem sucesso, credenciar-se para o festival. Refere que tentou alguns "lobby", "daqui e dali" e nada.
Caro Salucombo, o processo de credenciamento para o festival, foi feito de forma bastante simples e clara sem termos tido preferencia deste ou aquele orgao de comunicaçao, logo, se tivesse talves tentado pelos meios tradicionais (site do jazzfest ou facebook do jazzfest)onde encontraria as informaçoes pertinentes a esta questao, quem sabe fosse mais bem sucedido.

Relativamente aos preços, tal como o Exmo disse e bem dito, de facto nao é barato organizar um festival deste genero e com preços deste nivel. Basta que nos lembremos apenas, que se sentarmos num dos muitos restaurantes com algum requinte, que temos disponiveis na nossa cidade capital, pagamos um preço igual se nao mesmo superior.

Mas a nossa questao nao sao os restaurantes! Esta foi uma mera comparaçao, feita so para dizer que quando queremos ter algo de qualidade na nossa cidade, pagamos por isso, principalmente quando a iniciativa parte de pessoas singulares, mas com vontade de fazer crescer este nosso, belo País que afinal tambem Merece!

Dizer que espectaculos deste genero têm custos sim, e nao sao poucos.

Obviamente que a organizaçao esta atenta a isso, e esperamos que vos espectadores e amantes de musica tambem o estejam, porque se pensarmos na experiencia que temos durante 8 horas ou mais na mesma noite com a actuaçao de 7 ou mais artistas diferentes, julgo que valem os 15.200kz.Por conseguinte nada garante que os preços nao vao baixar, desde que vos amantes da musica, intervenham connosco (organizaçao), junto daqueles orgaos que devem dar um maior apoio à estas iniciativas. Porque o Festival de Jazz é de angolanos e foi criado para os Angolanos, sem exclusao de raça, sexo ou estratificaçao social.

O festival é em luanda e tem a lingua oficial, o portugues. SIM! O que o meu caro Salucombo leu foram as indicaçoes da empresa que esteve a cargo da manufacturaçao dos bilhetes, e o numero que la vem, nada tem a ver com o numero de apoio, mas sim o numero da propria empresa.

Para mais questoes nao exite em contactar-nos; Estamos abertos à sugestoes, criticas e tudo aquilo que pode ajudar a beneficiar o Nosso e Vosso Festival de Jazz

Atentamente

Cláudia Pinto

Direcção de Comunicação do Festival de Jazz de Luanda

Salucombo_Jr. disse...

querida Cláudia,
de alguma forma sinto-me diferente por saber que a Direcção de Comunicação do Festival de Jazz de Luanda leu (lê) as palavras desse rapaz que pensava que o mundo era redondo.

agradeço o seu comentário e que venham muitos e muitos festivais.