terça-feira, janeiro 23, 2007

pra não dizer que não falei das flores



Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, contruções
Caminhando e cantado e seguindo a canção

Então, vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora e não espera acontecer

Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão

Então, vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição: de morrer pela pátria e viver sem razão

Então, vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

Então, vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer


Charlie Brown Jr.
Composição: Geraldo Vandré

3 comentários:

Fernando Ribeiro disse...

Salucombo, esta é uma canção revolucionária brasileira dos anos 60, escrita e cantada originalmente por Geraldo Vandré. Naquele tempo, o Brasil estava subjugado por uma ditadura militar.

Também Portugal, Angola e as restantes colónias estavam subjugados pela ditadura de Salazar e Caetano. Também em Portugal se cantava esta mesma canção, apesar de ser proibida.

Salucombo_Jr. disse...

cota brigadinha pela dica.
o que seria de nos os putos se nao fossem voces a contarem-nos o passado?

abraco

Koluki disse...

Ja’ agora, ha uma cancao do Bonga que reza assim:

Nucos da Buala

Tem-tem pra ganhar vintem
kandengue da rua
nao tem ninguem

Toda essa garotada
xanados no tempo
da porrada
mukutu tambem ja cicatrizado
por culpa dos kotas
que nao dao nada
tem-tem pra ganhar vintem
kandengue da rua
nao tem ninguem

Sao estas vidas - na rua
pra kutonoka e fruta madura
de olhar na terra que os viu nascer
esta terra que eles vao defender
tem-tem pra ganhar vintem
kandengue da rua
nao tem ninguem

Longe do calor da banda
estou a vos entender
quem sabe faz a hora
nao espera acontecer
tem-tem pra ganhar vintem
kandengue da rua
nao tem ninguem.