eram 7h e tal da manha quando iniciei a caminhada.
ontem na conversa com o mano mais velho, disse-lhe que pretendia andar um pouco a pé porque queria respirar a cidade. com um sorriso de leve, disse-me que não levasse telemóvel, relógio, mp3 nem a máquina fotográfica e o mais importante de tudo não faças cara de boelo (burro). aceitei os conselhos do cota porque infelizmente nos dias de hoje ser assaltado em luanda é tipo nada, e por outro lado fazer fotos na via publica é “ilegal”!
o calor já se fazia sentir e a medida que ia caminhando notei que aquela quentura não era apenas do clima, os geradores nos passeis e nos quintais mas com o fumo a ser lançado para o passeio, criam um aquecimento “global” que me fez lembrar albert arnold gore jr. (al gore). na rua por detrás do imil (instituto medio industrial de luanda, makarenco) onde fiz o meu ensino médio, vejo o primeiro engarrafamento, a fila de carros era enorme e os candongueiros como sempre a fazerem das suas, mas felizmente para aqueles automobilistas que no cruzamento do centro comercial chamavo havia um policia transito a fazer o que podia. já pelas bandas do maculusso, chamou-me atenção a tabacaria onde comprava algum material escolar, mas pelo que reparei agora é um salão de cabeleireiro! por cá, é assim mesmo, muitas vezes as mudanças são radicais e num espaço de tempo surpreendente. o talho onde compraste carne a três meses a trás, hoje pode ser balcão do banco x, w ou b, a rapidez das obras é uma coisa assustadora, onde ontem tinha uma casa hoje é um prédio e como dizem, o que esta a bater agora é levantar andares; se a casa do vizinho é de primeiro andar outro aumenta um segundo, e por vezes recebe mesmo a “resposta” do outro que levanta as dois e passa a ter três! qualquer dia, ainda estão no céu.
na sagrada família tive um encontro feliz, cruzei com o meu professor de português da 7ª classe no juventude em luta, que agora infelizmente lecciona num colégio particular, porque como ele disse as condições são melhor meu filho. digo infelizmente, porque sou de opinião que o ensino estatal apesar de algumas dificuldades ainda é melhor que o particular, e mesmo nestes anos todas que estive fora a minha opinião não mudou ate porque penso o mesmo de portugal e malta que a par de angola são realidades que conheço mais ou menos bem.
pensei em entrar pela cabral moncada, mas o pouco movimento de pessoas e carros por ser uma rua secundaria, fez-me escolher a rua do prédio do livro. afinal o que eu queria era respirar a cidade. se aquilo que vi na vila alice chamei de engarrafamento, então o que se estava a passar logo depois do prédio do livro fico sem saber que nome dar. depois da paragem do autocarro, era um autêntico caos, nem já a 2ª circular ou a ponte 25 de abril no sentido setúbal lisboa em horas de ponta! simplesmente os carros não andavam com excepção dos azuis e branco que não se importam de correr com os piões do passeio porque têm sempre pressa. ai, a poluição sonora passa todos os limites! gritaria dum lado, buzinas do outro e a disputa dos candongueiros para ver quem tem a musica mais alta. hip pop, kuduro, kizomba e semba com destaque para a keta do matias damazio – saudades (saudades da mana zita que casou com o mano zezito que era m´bora meu amigo…) que era a que mais se ouvia.
quando esquinei na maianga o calor quase que me derrubava, estava completamente molhado e a boca pedia agua. já próximo do restaurante sonabrasa, encontrei a cota que debaixo de uma sombra vendia bombo frito com jinguba torrada. chamei um puto que vendia gasosas num enorme saco plástico com gelo e pedi uma sumol de laranja que estava a estalar (sempre que estou com uma enorme cede e bebo uma gasosa bem fresca, pergunto-me como é possível existirem pessoas que só bebem álcool?). já com a boca mais fresca e as mãos ocupadas com os meus kitutes segui para casa.
passavam das 8h e 20 minutos quando a porta de casa me cruzei com a mãe que saia para o trabalho, surpresa perguntou: vens donde a transpirar assim parece um ambulante?
fui respirar a cidade, disse eu.
ontem na conversa com o mano mais velho, disse-lhe que pretendia andar um pouco a pé porque queria respirar a cidade. com um sorriso de leve, disse-me que não levasse telemóvel, relógio, mp3 nem a máquina fotográfica e o mais importante de tudo não faças cara de boelo (burro). aceitei os conselhos do cota porque infelizmente nos dias de hoje ser assaltado em luanda é tipo nada, e por outro lado fazer fotos na via publica é “ilegal”!
o calor já se fazia sentir e a medida que ia caminhando notei que aquela quentura não era apenas do clima, os geradores nos passeis e nos quintais mas com o fumo a ser lançado para o passeio, criam um aquecimento “global” que me fez lembrar albert arnold gore jr. (al gore). na rua por detrás do imil (instituto medio industrial de luanda, makarenco) onde fiz o meu ensino médio, vejo o primeiro engarrafamento, a fila de carros era enorme e os candongueiros como sempre a fazerem das suas, mas felizmente para aqueles automobilistas que no cruzamento do centro comercial chamavo havia um policia transito a fazer o que podia. já pelas bandas do maculusso, chamou-me atenção a tabacaria onde comprava algum material escolar, mas pelo que reparei agora é um salão de cabeleireiro! por cá, é assim mesmo, muitas vezes as mudanças são radicais e num espaço de tempo surpreendente. o talho onde compraste carne a três meses a trás, hoje pode ser balcão do banco x, w ou b, a rapidez das obras é uma coisa assustadora, onde ontem tinha uma casa hoje é um prédio e como dizem, o que esta a bater agora é levantar andares; se a casa do vizinho é de primeiro andar outro aumenta um segundo, e por vezes recebe mesmo a “resposta” do outro que levanta as dois e passa a ter três! qualquer dia, ainda estão no céu.
na sagrada família tive um encontro feliz, cruzei com o meu professor de português da 7ª classe no juventude em luta, que agora infelizmente lecciona num colégio particular, porque como ele disse as condições são melhor meu filho. digo infelizmente, porque sou de opinião que o ensino estatal apesar de algumas dificuldades ainda é melhor que o particular, e mesmo nestes anos todas que estive fora a minha opinião não mudou ate porque penso o mesmo de portugal e malta que a par de angola são realidades que conheço mais ou menos bem.
pensei em entrar pela cabral moncada, mas o pouco movimento de pessoas e carros por ser uma rua secundaria, fez-me escolher a rua do prédio do livro. afinal o que eu queria era respirar a cidade. se aquilo que vi na vila alice chamei de engarrafamento, então o que se estava a passar logo depois do prédio do livro fico sem saber que nome dar. depois da paragem do autocarro, era um autêntico caos, nem já a 2ª circular ou a ponte 25 de abril no sentido setúbal lisboa em horas de ponta! simplesmente os carros não andavam com excepção dos azuis e branco que não se importam de correr com os piões do passeio porque têm sempre pressa. ai, a poluição sonora passa todos os limites! gritaria dum lado, buzinas do outro e a disputa dos candongueiros para ver quem tem a musica mais alta. hip pop, kuduro, kizomba e semba com destaque para a keta do matias damazio – saudades (saudades da mana zita que casou com o mano zezito que era m´bora meu amigo…) que era a que mais se ouvia.
quando esquinei na maianga o calor quase que me derrubava, estava completamente molhado e a boca pedia agua. já próximo do restaurante sonabrasa, encontrei a cota que debaixo de uma sombra vendia bombo frito com jinguba torrada. chamei um puto que vendia gasosas num enorme saco plástico com gelo e pedi uma sumol de laranja que estava a estalar (sempre que estou com uma enorme cede e bebo uma gasosa bem fresca, pergunto-me como é possível existirem pessoas que só bebem álcool?). já com a boca mais fresca e as mãos ocupadas com os meus kitutes segui para casa.
passavam das 8h e 20 minutos quando a porta de casa me cruzei com a mãe que saia para o trabalho, surpresa perguntou: vens donde a transpirar assim parece um ambulante?
fui respirar a cidade, disse eu.
2 comentários:
É verdade...
Só te posso dizer que depois de teres saído de Portugal, passaste a viver a realidade de Angola...Nas férias não se sente isso porque foram poucos os dias que lá passaste. Nas férias há muita desbunda e junta-se o pessoal do nosso tempo que também saiu de Angola para se formarem. Hoje a realidade é bem diferente, ja vives aí e a qualidade de vida acabou. Vais começar a perder a maneira simples de ver as coisas, vais começar a entrar no esquema e vais te deixar levar pelo sistema(enquanto estiver a ganhar algum dinheiro está tudo bem).
Falta de água, falta de luz, falta de tudo...até das pilhas vais sentir falta...de uma agulha, da tua televisão do quarto, da tua privacidade até do taxi que achavas caro, vais começar a sentir falta.
Desejo-te toda sorte do mundo nesse sofrimento que agora começa.
Um amigo
Xê!!!!!!!!!!!
Isso é xandula ou kiê?????????
Ou é a pura banana assada kom jinguba?
Bom pitéu!!!!
Enviar um comentário