1º soneto
antes de escrever uma única palavra sobre a noite mais memorável de 2013 que a cidade de Luanda viveu, gostaria de falar sobre nós, apenas nós. aproveitar para dizer que quando escrevo sobre nós, também me incluo nesse plural... isso porque recebo cada vez mais emails com esta pergunta. acho que a generalização de um povo não ofende ninguém, alias, usamos o plural para falar no geral, mas penso que só se devem sentir ofendidos ou elogiados as pessoas que se revêem em determinada afirmação.
a verdade é que cada vez fico mais confuso com as coisas que acontecem por cá, porque são únicas e inexplicáveis! alguém consegue me explicar se seria possível por exemplo organizar um show do Júlio Iglesias num local onde as pessoas ficassem em pé para puderem dançar. pois bem, imaginem o público a dançar Júlio Iglesias ao vivo!
foi com esta sensação que fiquei ao chegar ao show do Seu Jorge e ver que na parte de frente haviam cadeiras organizadas por cima de um tapete vermelho. era a zona reservada ao público MASTER VIP, público que saiu de casa para ir ver um show do Seu Jorge sentado num local à céu aberto! já escrevi aqui sobre a criatividade angolana e sobre a nossa capacidade de criar conceitos únicos e inovadores que espantam o mais normal dos humanos.
o que queriam dizer com MASTER VIP, num lugar onde também havia a zona vip?
qual era a ideia de ter pessoas sentadas para ouvir ao vivo Eu Sou Favela?
e as perguntam continuam...
antes de escrever uma única palavra sobre a noite mais memorável de 2013 que a cidade de Luanda viveu, gostaria de falar sobre nós, apenas nós. aproveitar para dizer que quando escrevo sobre nós, também me incluo nesse plural... isso porque recebo cada vez mais emails com esta pergunta. acho que a generalização de um povo não ofende ninguém, alias, usamos o plural para falar no geral, mas penso que só se devem sentir ofendidos ou elogiados as pessoas que se revêem em determinada afirmação.
a verdade é que cada vez fico mais confuso com as coisas que acontecem por cá, porque são únicas e inexplicáveis! alguém consegue me explicar se seria possível por exemplo organizar um show do Júlio Iglesias num local onde as pessoas ficassem em pé para puderem dançar. pois bem, imaginem o público a dançar Júlio Iglesias ao vivo!
foi com esta sensação que fiquei ao chegar ao show do Seu Jorge e ver que na parte de frente haviam cadeiras organizadas por cima de um tapete vermelho. era a zona reservada ao público MASTER VIP, público que saiu de casa para ir ver um show do Seu Jorge sentado num local à céu aberto! já escrevi aqui sobre a criatividade angolana e sobre a nossa capacidade de criar conceitos únicos e inovadores que espantam o mais normal dos humanos.
o que queriam dizer com MASTER VIP, num lugar onde também havia a zona vip?
qual era a ideia de ter pessoas sentadas para ouvir ao vivo Eu Sou Favela?
e as perguntam continuam...
2º soneto
a medida que vamos crescendo, penso que temos mais dificuldades em encontrar ídolos, talvez porque os que encontramos na adolescência aos poucos foram se tornando ídolos que também têm defeitos, por isso, hoje prefiro dizer que existem pessoas que admiro muito e que são muito importante para a minha estabilidade mental nos vários momentos da minha vida.
o Seu Jorge é esse cara. não tenho certezas mas desconfio que conheci-lhe por influência do Many, um amigo que apresentou-me muitas coisas boas nos tempos de Aveiro e que serei sempre grato.
quando soube do show em Luanda, pensei logo na oportunidade de encontrar a melhor forma de agradecer alguém que tanta coisa boa fez por mim e nunca se quer imaginou. quantos exames correram bem porque as horas de estudo foram ao som da sua voz. quantos momentos de tristeza foram ultrapassados porque as suas letras deram-me força. quantos momentos de inspiração surgiram no meio dessas melodias. se é possível, alguém me explica como é que se paga tudo isso?
não adianta explicar com muitos detalhes, a noite do dia 18 de Outubro será memorável para os MASTER VIP´S, VIP´S e os NORMAIS, simplesmente porque Seu Jorge não cantou para alguém especial, alias, Seu Jorge não cantou, o Seu Jorge conversou com todos, apesar dos momentos em que achei que aquela conversa era pessoal entre mim e ele sem a presença daquela multidão. uma conversa aberta e sincera, com muitos recados para um país que apresenta dificuldades em criar uma malha para peneirar as coisas boas das coisas más que todos os dias nos são introduzidas de dentro para fora, mas também em muitos casos de dentro para dentro.
Mina do Condomínio, Tive Razão, Amiga da Minha Mulher ou Carolina, foram alguns temas da conversa que ele teve com o público e até o francês Serge Gainsbourg entrou na conversa.
a medida que as musicas iam passando umas atrás das outras, e já depois da senhora sentada na fila de trás se cansar de me pedir para sentar, fui ganhando aos pouco a coragem necessária para o meu acto de agradecimento, não só pela noite inesquecível que presenciava mas por tudo que o Jorginho (como carinhosamente gritavam as meninas ao meu lado) me deu desde o dia em que ele entrou para minha vida. sem medir as consequências, sem pensar em nada, corri para frente do palco e atirei-lhe a minha parceira que nos últimos 10 anos me tem acompanhado em todos os concertos que vou.
ofereci ao Seu Jorge a minha bandeira coberta de autógrafos de pessoas que já nem me lembro, simplesmente porque acredito que será bem cuidada.
o Seu Jorge é esse cara. não tenho certezas mas desconfio que conheci-lhe por influência do Many, um amigo que apresentou-me muitas coisas boas nos tempos de Aveiro e que serei sempre grato.
quando soube do show em Luanda, pensei logo na oportunidade de encontrar a melhor forma de agradecer alguém que tanta coisa boa fez por mim e nunca se quer imaginou. quantos exames correram bem porque as horas de estudo foram ao som da sua voz. quantos momentos de tristeza foram ultrapassados porque as suas letras deram-me força. quantos momentos de inspiração surgiram no meio dessas melodias. se é possível, alguém me explica como é que se paga tudo isso?
não adianta explicar com muitos detalhes, a noite do dia 18 de Outubro será memorável para os MASTER VIP´S, VIP´S e os NORMAIS, simplesmente porque Seu Jorge não cantou para alguém especial, alias, Seu Jorge não cantou, o Seu Jorge conversou com todos, apesar dos momentos em que achei que aquela conversa era pessoal entre mim e ele sem a presença daquela multidão. uma conversa aberta e sincera, com muitos recados para um país que apresenta dificuldades em criar uma malha para peneirar as coisas boas das coisas más que todos os dias nos são introduzidas de dentro para fora, mas também em muitos casos de dentro para dentro.
Mina do Condomínio, Tive Razão, Amiga da Minha Mulher ou Carolina, foram alguns temas da conversa que ele teve com o público e até o francês Serge Gainsbourg entrou na conversa.
a medida que as musicas iam passando umas atrás das outras, e já depois da senhora sentada na fila de trás se cansar de me pedir para sentar, fui ganhando aos pouco a coragem necessária para o meu acto de agradecimento, não só pela noite inesquecível que presenciava mas por tudo que o Jorginho (como carinhosamente gritavam as meninas ao meu lado) me deu desde o dia em que ele entrou para minha vida. sem medir as consequências, sem pensar em nada, corri para frente do palco e atirei-lhe a minha parceira que nos últimos 10 anos me tem acompanhado em todos os concertos que vou.
ofereci ao Seu Jorge a minha bandeira coberta de autógrafos de pessoas que já nem me lembro, simplesmente porque acredito que será bem cuidada.
obrigado e até a próxima!
1 comentário:
Boa, estava a espera de ler algo assim, tão cheio de verdade e sentimento. Não estive na "área cercada" estava no lado dos normais, risos, e sei que para quem gosta foi um bom espéctaculo de um músico muito bom e com coisas importantes para dizer. Obrigada pelas fotos, nós na plateia vimo-lo pela tela :)
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