sexta-feira, novembro 15, 2013

uma coisa chamada FIC – Luanda

duas notas de interesse. 
primeira nota: não sou critico de cinema, não sou cinéfilo (do dicionário brasileiro!), não sou jornalista cultural e é bem possível que não entenda nada de guiões, direcção de actores, e outros detalhes do mundo do cinema. 

segunda nota: faço parte do projecto Angola Ano Zero, que está a concorrer na VIª edição do FIC – Luanda na categoria de melhor documentário. 

a primeira e única vez que escrevi sobre o FIC – Luanda foi aqui, e quem quiser saber o motivo basta clicar no link e ler o texto para entender o que achei daquela edição. depois, nunca mais me interessei no que esta coisa se transformou, talvez por achar que o evento retrocedeu para uma Angola que coincidentemente é retratada num livro com dois volumes que será lançado nesta edição do FIC – Luanda. 

Angola, O Nascimento de Uma Nação, começa com um texto da Maria do Carmo Piçarra. 

quando o cinema nasceu, em Angola, não foi um cinema angolano. durante décadas não existiu cinema angolano. 

ao principio não existiu, sequer, cinema. eram filmes sem olhar, deslumbrados com as paisagens, montras de exotismo – natural mas também social e cultural. a realidade impunha-se à câmara e esta quedava-se, sem capacidade de elaborar sobre aquilo em que olho, mediado pela lente, assentava. era um cinema sem visão, ainda. 

não sei porquê, mas este texto fez-me lembrar do FIC – Luanda, um evento sem coordenação artística, sem comunicação, sem identidade e pior, um evento dirigido por pessoas que acreditam que as coisas só são bem feitas quando existe dinheiro, o que se aproxima muito daquela ideia arrogante muito angolana de que a bufunfa compra tudo! 

o Festival Internacional de Cinema de Luanda começa hoje, ou melhor, começa hoje aquilo que muitos insistem em chamar de festival, que na verdade deveria é chamar-se de amostra de cinema! 

entretanto, vou estar por lá e as minhas prioridades vão para António Ole, Death Metal Angola, Triangulo e por razões obvias, Angola Ano Zero.
   
Director | Rui Simões

   
Director | Jeremy Xido 

   
Director | Fernanda Polacow e Juliana Borges (Brasil) / Mário Bastos (Angola) / Filipa Reis e João Miller Guerra (Portugal) 

   
Director | Ever Miranda 

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