segunda-feira, maio 04, 2009

Kiokos, esquecidos na ficção e na realidade!

Dia 1

depois de alguns dias a preparar a partida, surgiu um dado que podia alterar por completo o desenvolvimento da viagem. e se fossemos de carro?

antes de nos decidirmos, procuramos obter informações sobre o estado das estradas. disseram-nos que até Saurimo o troço estava impecável, mas daí em diante está tão mau que o avião seria a melhor opção. pensamos muito e decidimos partir de carro.

combinamos sair as 4 horas da manhã para evitar o trânsito do centro da cidade, e mesmo com um atraso de mais de meia hora passamos pela Viana sem qualquer paragem.

numa coluna de 4 carros, eu, o cota L. e o Q. seguíamos na frente porque nenhum dos presentes conhecia tão bem o destino como o mais velho L.

a primeira paragem foi feita já o sol mostrava raios que sinalizavam um dia quente. em Cassalala, 24 km do Dondo, matabichamos (pequeno almoço para uns e café da manhã para outros) num mercado que se misturam camionistas, empreiteiros, comerciantes e outros... chineses, há aos montes, alias, hoje, são como a Coca-Cola, em qualquer canto do país é possível encontrar os olhos rasgados! comemos, compramos alguns legumes e seguimos.

no Dondo, fomos recebidos pelo sorriso da morena num outdoor que publicita a cerveja da cidade. aqui, não se bebe Cuca, Nocal, Sagres, nem mesmo aquela que auto-intitula como sendo provavelmente a melhor cerveja do mundo. aqui, bebe-se Eka. estamos na Vila de Kambambe, província do Kwanza Norte e ouvimos uma cassete de tchianda, sim, o mais velho L. tem uma bolsa de cassetes que me fez sentir retissente em tirar da basta os cd´s do Paulo Flores e outros que tinha comigo. cassetes, quanto tempo! havia de tudo, Franco, Manu Dibango, Roberto Carlos, Lourdes Van-dunem e outros, por isso, eu e o Q. decidimos ali que a banda sonora da viagem seria da responsabilidade do cota.

daí, passamos pelo Morro do Binda, com uma vista verde verde verde, com cheiro de capim fresco e aquela música que apenas se ouve no meio da mata. passavam poucos minutos das 10 horas quando entramos em N´dalatando, e o pit stop foi para comprarmos um garrafão de maruvo (bebida destilada feita a partir da palmeira) que trouxe um cheiro gostoso para dentro do carro e rimo-nos porque ninguém queria ser o primeiro a experimentar. os planos eram passar Lucala e voltar a parar em Mucuichi onde diz-se haver a melhor ginguba de casca e a ginguenga mais ácida de todas (fruto de casca encarnada e com interior branco entre sementes pretas, e quanto mais acido melhor!).

continua...

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