segunda-feira, abril 14, 2008

a esperança

“Tento não comer para que haja comida suficiente para os meus filhos, mas mesmo que eu não comesse nada não haveria o suficiente. Nunca pensei que fosse possível as pessoas passarem fome no Zimbabwe ou morrerem apenas porque os hospitais não têm nada. Isso era o que pensávamos que acontecia em Angola e em Moçambique.
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não sei o que fazer se os meus filhos ficarem doentes. Para onde é que podemos ir? O hospital diz-nos para comprarmos os medicamentos, mas onde é que se arranja dinheiro? Algumas pessoas dizem que esta eleição vai mudar as coisas. Eu não sei. Não tenho esperança. A eleição não vai trazer os mortos.” 
Sarah Chekani, 31 anos zimbabwena

faz tempo que para nós africanos a palavra esperança deixou de ter o significado que lhe foi dado, hoje, ela significa tudo menos esperança até porque com o tempo acabamos por desaprender o que ela quis dizer!
não sei, quem sabe se a expressão for substituída por outra qualquer que representa aquilo que realmente sentimos as coisas poderão ser vistas de maneira diferente, mas a esperança deve desaparecer, já ninguém se identifica com o seu significado.

perdoem-me os africanos por me expressar em nós e não eu, mas temo que cada vez mais o nós faz sentido.

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