a chegada, podia ler-se na placa:
Bem vindo a Porto Seguro, a Cidade do descobrimento.
a rodoviária estava cheia de camones ou mochileiros como são chamados aqui e do outro lado muitos jovens de peito a mostra, bronzeados e pranchas de surf a mão, mas isso não significava que a cidade é um sinonimo de desportos radicais.
cheguei muito cedo a este pedaço do Brasil e no centro o amontoado de lixo apresentava os excessos da noite anterior e desconfiei que aquilo era lugar de turismo aos montes. a passagem para o outro lado da cidade é feita de barco para quem não quer dar a volta por terra, a chagada nada de estranho até a pequena praça onde o onibus faz a última paragem, é ali que surgem as ruelas com o maior número de pousadas que já vi, alias, desconfio que já não haja nome disponível para mais alguma! pousada do paraíso, das etnias, beco da felicidade, amor ao vivo, bicho do mato, caverna do tuga, tamarindo e muitas outras completamente cheias de gente de muitas partes do país e não só. nem 8 horas eram e a praia já apresentava sinais de esgotamento com o número de pessoas que se banhavam ao mar, ao sol e outros que simplesmente de cerveja a mão jogavam conversa fora.
a meio da manhã e já de regresso ao centro, o moto táxi pergunta se já conhecia a parte histórica ou como também ouvi, o lugar onde os portugueses descobriram o paraíso.
a entrada, ao lado do Museu da Casa Colonial surgem as primeiras meninas com trajes e pinturas indígenas, sinal de que nem tudo foi apagado, a igreja e todos os outros edifícios apresentam-se com sotaque português e a vista, ai a vista, será que Picasso alguma vez viu aquilo!? o comercio de lembranças é bastante local e de difícil escolha porque levar tudo é sempre impossível, enquanto os turistas se lambuzam com os colares e outros objectos vendidos pelos indígenas, eu disparo até não puder mais. até agora, foi o único local onde não tive problema algum em fotografar as pessoas, ninguém se importa com a máquina fotográfica e só a menina do sotaque diferente e rosto pintado fez-me prometer que depois de fotografa-la teria de comprar uns dos seus colares.
este, é dos post´s que mais me dói escreve-lo sem nenhuma ilustração, mas as dificuldades no acesso a internet com o computador pessoal não são poucas, por isso, contentem-se em imaginar.
faz tempo que reparei num facto que não sei se devo me sentir irritado, triste, com estranheza ou de uma outra forma.
a minha avô que não sabia ler nem escrever, sabia que no Brasil se fala português, em Cuba espanhol e que na Nigéria se fala inglês, acho estranho que num país tão bem desenvolvido como este, sempre que sou apresentado como angolano para alguém, a pessoa fica deslumbrada porque eu falo português! então deveria falar o que? mas o pior para mim é que um aluno universitário também faça parte do grupo dos que exclamam: ele fala muito bem português!
em África e apesar de muitas dificuldades, penso que até chegarmos a universidade não ignoramos assim tanto a história dos outros povos, e mesmo que não aprendemos tudo desacredito que em Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Guiné-Bissau ou São Tomé e Príncipe exista algum aluno universitário que não saiba quais os países no mundo que falem a língua de Camões.
de noite, mais 4 horas de viagem de regresso a Ilhéus e de lá a partida para Salvador.
Bem vindo a Porto Seguro, a Cidade do descobrimento.
a rodoviária estava cheia de camones ou mochileiros como são chamados aqui e do outro lado muitos jovens de peito a mostra, bronzeados e pranchas de surf a mão, mas isso não significava que a cidade é um sinonimo de desportos radicais.
cheguei muito cedo a este pedaço do Brasil e no centro o amontoado de lixo apresentava os excessos da noite anterior e desconfiei que aquilo era lugar de turismo aos montes. a passagem para o outro lado da cidade é feita de barco para quem não quer dar a volta por terra, a chagada nada de estranho até a pequena praça onde o onibus faz a última paragem, é ali que surgem as ruelas com o maior número de pousadas que já vi, alias, desconfio que já não haja nome disponível para mais alguma! pousada do paraíso, das etnias, beco da felicidade, amor ao vivo, bicho do mato, caverna do tuga, tamarindo e muitas outras completamente cheias de gente de muitas partes do país e não só. nem 8 horas eram e a praia já apresentava sinais de esgotamento com o número de pessoas que se banhavam ao mar, ao sol e outros que simplesmente de cerveja a mão jogavam conversa fora.
a meio da manhã e já de regresso ao centro, o moto táxi pergunta se já conhecia a parte histórica ou como também ouvi, o lugar onde os portugueses descobriram o paraíso.
a entrada, ao lado do Museu da Casa Colonial surgem as primeiras meninas com trajes e pinturas indígenas, sinal de que nem tudo foi apagado, a igreja e todos os outros edifícios apresentam-se com sotaque português e a vista, ai a vista, será que Picasso alguma vez viu aquilo!? o comercio de lembranças é bastante local e de difícil escolha porque levar tudo é sempre impossível, enquanto os turistas se lambuzam com os colares e outros objectos vendidos pelos indígenas, eu disparo até não puder mais. até agora, foi o único local onde não tive problema algum em fotografar as pessoas, ninguém se importa com a máquina fotográfica e só a menina do sotaque diferente e rosto pintado fez-me prometer que depois de fotografa-la teria de comprar uns dos seus colares.
este, é dos post´s que mais me dói escreve-lo sem nenhuma ilustração, mas as dificuldades no acesso a internet com o computador pessoal não são poucas, por isso, contentem-se em imaginar.
faz tempo que reparei num facto que não sei se devo me sentir irritado, triste, com estranheza ou de uma outra forma.
a minha avô que não sabia ler nem escrever, sabia que no Brasil se fala português, em Cuba espanhol e que na Nigéria se fala inglês, acho estranho que num país tão bem desenvolvido como este, sempre que sou apresentado como angolano para alguém, a pessoa fica deslumbrada porque eu falo português! então deveria falar o que? mas o pior para mim é que um aluno universitário também faça parte do grupo dos que exclamam: ele fala muito bem português!
em África e apesar de muitas dificuldades, penso que até chegarmos a universidade não ignoramos assim tanto a história dos outros povos, e mesmo que não aprendemos tudo desacredito que em Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Guiné-Bissau ou São Tomé e Príncipe exista algum aluno universitário que não saiba quais os países no mundo que falem a língua de Camões.
de noite, mais 4 horas de viagem de regresso a Ilhéus e de lá a partida para Salvador.
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