A Cacau – Casa das Artes, Criação, Ambiente e Utopias – é um projecto assente numa filosofia particular, cujo o lema é “(Trans).formar o local.com”. Tendo como eixo central os jovens, os recursos naturais e a cultura de São Tomé e Príncipe, a Cacau intervém com a população e não para a população.
no dia que fomos jantar ao cacau achava que íamos comer um bom peixe a um restaurante como os outros que há pela cidade. tinha pouca informação sobre o espaço, o P apenas disse-me que era do João Carlos Silva e que ia gostar da música ao vivo. assim que entramos foi inevitável não pensar no espaço Elinga. o projecto Cacau fica num edifício que na época colonial eram oficinas das obras publicas, onde estão reunidos vários itens que fazem parte do projecto. o restaurante/bar Sabor & Arte, uma galeria para exposições, um espaço de leitura Alda do Espírito Santo, lojas com produtos nacionais, espaço para entretenimento para crianças, um cine clube onde vimos um filme mudo do tempo colonial sobre as roças e o cultivo do cacau, enfim, um espaço sobre cultura, com cultura e para todos.
não havia qualquer tipo de formalidade, as pessoas ião chegando e sentado em mesas decoradas com panos africanos, no palco um grupo de dança tradicional e as panelas com a comida eram postas numa mesa onde cada um servia o que lhe apetecia. ovas de peixe fritas, banana, batata doce, fruta pão, caldeirada de peixe, calulu, feijoada de atum, etc.
a música ao vivo estava a cargo do Miltom que era acompanhado de um teclista, que aos poucos foram convidando quem quisesse os acompanhar sem quaisquer formalidades e o ensaio de improviso feito na hora. primeiro foi o sueco que subiu ao palco com o seu saxofone e participou na interpretação de musicas de Cesária Évora, Caetano Veloso e Tito Paris. depois, juntou-se a eles um angolano que tocava batuque e a banda brindou-nos com Muxima, Matias Damásio, Mayra Andrade e plateia cantou ao mesmo tempo que as crianças corriam, dançavam no espaço entre o palco e as mesas como se fosse uma coreografia ensaiada.
estavam expostos no Cacau peças de arte plástica, fotografias, pinturas em óleo, cartazes da ultima bienal de artes e cultura de São Tome e Príncipe que se realiza no espaço, e que em Novembro de 2013 vai receber 7 edição da bienal, repito, 7 edição de uma bienal cultural! definitivamente, a pobreza tem diferentes interpretações ou o titulo deste post não podia ser mais real.
no final, veio a dança e o espaço já não parecia um restaurante com várias mesas... é como se fosse uma mesa redonda onde todos falavam com todos, a alegria dos adultos e os sorrisos das crianças misturaram-nos como se fossemos todos da mesma família!
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