sábado, dezembro 27, 2008

o attelier de portas abertas

no natal, abrimos as portas aos amigos.
Abandono Natalício

Junto a grande superfície,
onde o colo que o não embala
desapareceu sem que se visse,
deixando umbilical fragilidade
dentro de entreaberta mala,
baixinho vagia, na imundície,
em troca de falsa liberdade.

O seu primeiro choro, miado,
no frio chão, molhado,
chorava...

Recém-nascido, recém largado,
no estranho mundo
em que a sua mala pousou,
como berço de palhas
em comercial estábulo...

E eis que uma estrela (ou um anjo...)
em atempado acaso,
os braços lhe estendeu,
e desse calor renasceu.

Um Santo Natal!

José Frade, um amigo que mora aqui.

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